A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou ontem, segunda-feira (25), o estudo Transporte & Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho.
O trabalho mostra que as atuais condições da infraestrutura de
transporte e logística do Brasil têm impacto significativo na
movimentação da produção agrícola nacional, aumentando os custos do
transporte.
O estudo analisa a logística do agronegócio com foco nas cadeias
produtivas de soja e milho, que têm participação de 85,8% no volume
total de grãos produzidos no país e contribuem com 43% da pauta de
exportações brasileiras. Em 2014, foram 46 milhões de toneladas de soja e 19,5 milhões de
toneladas de milho exportadas e somente as condições do pavimento das
rodovias levam a um aumento de 30,5% no custo operacional.
Segundo o
estudo, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo,
haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões. O montante, segundo o
estudo, corresponde ao valor de quase 4 milhões de toneladas de soja ou a
24,4% do investimento público federal em infraestrutura de transporte
em 2014.
Os dados mostram ainda a má distribuição da malha de
transporte, onde 65% da soja é transportada por rodovias. Nos Estados Unidos,
principal concorrente do Brasil, 20% da produção é transportada por
rodovias. Na Argentina, o percentual é de 84%, mas as distâncias médias
entre regiões produtoras e portos vão de 250 km a 300 km. Nos EUA e no
Brasil, as distâncias são em torno de 1.000 km. Os brasileiros escoam 9%
hidrovias via hidrovias e os norte-americanos, 49%.
O presidente da CNT, Clésio Andrade, ressalta que “a competitividade
do agronegócio brasileiro está condicionada à existência de um sistema
logístico eficiente”. Para ele, “os projetos de transporte precisam ser
implementados com uma visão sistêmica, integrando ferrovias, portos,
hidrovias, rodovias e terminais de transbordo”.
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