Os projetos que estão sendo desenvolvidos no
segmento naval em Porto Alegre (RS permanecem em andamento, apesar dos impactos provocados pela Operação Lava-jato na área de óleo e gás. A joint venture formada
pela Koch Metalúrgica, do Rio Grande do Sul e a Palfinger, da Áustria, destinada a produção de guindastes, entregará em breve suas
primeiras encomendas.
A MB Serviços de Manutenção e Reparos
Industriais (MBS) aguarda a liberação da Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq) para iniciar a construção do seu
estaleiro na região. A coordenadora de marketing da Koch
Metalúrgica, Liziane Lanes, informa que a empresa já tem dois guindastes
montados e as peças devem ser enviadas para o Espírito Santo, para o
grupo Jurong, nas próximas semanas.
A produção dos equipamentos é feita
na unidade de Cachoeirinha, a 16 quilômetros de Porto Alegre, onde ocorre a montagem. Na Capital, a
companhia ocupa uma área de aproximadamente 12 mil metros quadrados,
próxima ao terminal da Serra Morena. No total, a joint venture
entregará 28 guindastes para o grupo Jurong, até o ano 2017.
Sobre
as consequências da operação Lava Jato, Liziane admite que a ação
afetou a atividade do grupo, pois alguns pagamentos para a Jurong foram
represados, o que acabou repercutindo nos repasses dessa empresa para a
Palfinger e para a Koch. No entanto, o acerto entre as partes continua
vigorando. A coordenadora de marketing adianta que a meta da joint
venture é conquistar novos pedidos, porém, no momento, não há nenhuma
iniciativa encaminhada nesse sentido.
Outro empreendimento da
área naval sendo desenvolvido em Porto Alegre, mas que se encontra em um
estágio mais embrionário, é o da companhia MBS. Em outubro do ano
passado, a empresa assinou com o governo do Estado protocolo de
intenções para a instalação de uma planta de construção naval. A
acomodação do complexo será feita em duas áreas do porto da Capital: ao
lado do Centro de Treinamento do Grêmio, no Cais Marcílio Dias, e outra
próxima à estação rodoviária, no final do Cais Mauá e começo do Cais
Navegantes.
O diretor comercial da MBS, Reginaldo Novais, reforça
que o projeto permanece em andamento, apesar do cenário atual da
indústria naval. Contudo, o grupo espera a autorização da Antaq para
iniciar as obras. O executivo acredita que agora, passado o período de
carnaval, esse processo seja acelerado. Posteriormente, será trabalhado o
licenciamento com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
Novais tem uma previsão otimista que os licenciamentos poderão ser
obtidos ainda neste primeiro semestre e o estaleiro comece as atividades
na segunda metade do ano.
Quanto aos reflexos da operação Lava
Jato no segmento naval, o diretor da MBS não demonstra muita
preocupação. "Para a gente, que está em uma segunda linha de atuação,
vai ser bom", acredita o executivo. O argumento de Novais é que a MBS,
dentro desse cenário, ao invés de prestar serviços para contratados da
Petrobras, pode, eventualmente, firmar negócios diretamente com a
estatal.
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