quarta-feira, 18 de março de 2015

Projetos no segmento naval em Porto Alegre permanecem em andamento apesar da Lava-jato

       Os projetos que estão sendo desenvolvidos no segmento naval em Porto Alegre (RS permanecem em andamento, apesar dos impactos provocados pela Operação Lava-jato na área de óleo e gás. A joint venture formada pela Koch Metalúrgica, do Rio Grande do Sul e a Palfinger, da Áustria, destinada a produção de guindastes, entregará em breve suas primeiras encomendas.
       A MB Serviços de Manutenção e Reparos Industriais (MBS) aguarda a liberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para iniciar a construção do seu estaleiro na região. A coordenadora de marketing da Koch Metalúrgica, Liziane Lanes, informa que a empresa já tem dois guindastes montados e as peças devem ser enviadas para o Espírito Santo, para o grupo Jurong, nas próximas semanas.
      A produção dos equipamentos é feita na unidade de Cachoeirinha, a 16 quilômetros de Porto Alegre, onde ocorre a montagem. Na Capital, a companhia ocupa uma área de aproximadamente 12 mil metros quadrados, próxima ao terminal da Serra Morena. No total, a joint venture entregará 28 guindastes para o grupo Jurong, até o ano 2017.
      Sobre as consequências da operação Lava Jato, Liziane admite que a ação afetou a atividade do grupo, pois alguns pagamentos para a Jurong foram represados, o que acabou repercutindo nos repasses dessa empresa para a Palfinger e para a Koch. No entanto, o acerto entre as partes continua vigorando. A coordenadora de marketing adianta que a meta da joint venture é conquistar novos pedidos, porém, no momento, não há nenhuma iniciativa encaminhada nesse sentido.
      Outro empreendimento da área naval sendo desenvolvido em Porto Alegre, mas que se encontra em um estágio mais embrionário, é o da companhia MBS. Em outubro do ano passado, a empresa assinou com o governo do Estado protocolo de intenções para a instalação de uma planta de construção naval. A acomodação do complexo será feita em duas áreas do porto da Capital: ao lado do Centro de Treinamento do Grêmio, no Cais Marcílio Dias, e outra próxima à estação rodoviária, no final do Cais Mauá e começo do Cais Navegantes.
      O diretor comercial da MBS, Reginaldo Novais, reforça que o projeto permanece em andamento, apesar do cenário atual da indústria naval. Contudo, o grupo espera a autorização da Antaq para iniciar as obras. O executivo acredita que agora, passado o período de carnaval, esse processo seja acelerado. Posteriormente, será trabalhado o licenciamento com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Novais tem uma previsão otimista que os licenciamentos poderão ser obtidos ainda neste primeiro semestre e o estaleiro comece as atividades na segunda metade do ano.
      Quanto aos reflexos da operação Lava Jato no segmento naval, o diretor da MBS não demonstra muita preocupação. "Para a gente, que está em uma segunda linha de atuação, vai ser bom", acredita o executivo. O argumento de Novais é que a MBS, dentro desse cenário, ao invés de prestar serviços para contratados da Petrobras, pode, eventualmente, firmar negócios diretamente com a estatal.

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