O grupo Setal, por meio de duas das suas empresas, fechou um acordo com o Cade (Conselho
de Administrativo de Defesa Econômica), pelo qual concorda em
delatar o funcionamento de um cartel em licitações da Petrobras. Ao todo, 23 companhias foram citadas como participantes do esquema.
O
termo, chamado de acordo de leniência, foi divulgado na última
sexta-feira (20) e firmado pela Setal Engenharia e
Construções, a SOG Óleo e Gás (Setal Óleo e Gás) e por nove executivos. O Cade informou que as companhias e seus funcionários confessaram a
participação no cartel e "apresentaram documentos probatórios a fim de
colaborar com as investigações".
Segundo as delatoras, o cartel
começou a funcionar no final dos anos 90. Mas, garantiram que os acordos tornaram-se mais
frequentes e estáveis a partir de 2003. O conluio teria durado até pelo
menos o início de 2012. O
acordo de leniência permite que as duas companhias do grupo Setal tenham
redução na pena, cuja multa máxima pode chegar a 20% do faturamento.
Os
depoimentos e as provas fornecidas pelas empresas serão usados na
investigação já aberta pelo Cade para apurar a denúncia de cartel. A
autarquia iniciou a apuração após indícios do esquema terem surgido no
âmbito da Operação Lava Jato. Para subsidiar o processo, o Cade conta
ainda com os materiais apreendidos pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público Federal do Paraná em operações de busca.
As
delatoras afirmam que as empreiteiras formaram inicialmente o "clube das
9", como era chamado o cartel. Depois o grupo teria sido ampliado,
formando-se o "clube das 16": Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez,
Odebrecht, Mendes Junior, MPE Montagens, Promon, Setal/SOG Óleo e Gás,
Techint, UTC Engenharia, OAS, Engevix, Galvão Engenharia, GDK, Iesa,
Skanska Brasil e Queiroz Galvão Óleo e Gás.
Além disso, outras
sete construtoras teriam participado "esporadicamente" dos acertos de
acordo com a delação. São elas: Alusa (atual Alumini Engenharia),
Carioca Engenharia, Construcap, Fidens, Jaraguá Engenharia, Schahin e
Tomé Engenharia.
O cartel, segundo as empresas do grupo Setal,
promoveu a divisão do mercado nas licitações de obras de montagem
industrial "onshore" da estatal, fixando preços, condições e acertando
previamente os vencedores dos certames.
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