quarta-feira, 25 de março de 2015

Estaleiro de Araçatuba reduz trabalho e demite empregados por causa da seca em São Paulo

      O estaleiro de Araçatuba (SP) reduziu o ritmo de trabalho e a despesa com a folha de pagamento por causa da interrupção na navegação no rio Tietê, provocada pela seca que dura meses impedindo a colocação de barcaças na hidrovia. A empresa está instalada nas margens do  rio Tietê e opera atualmente com 20% menos de funcionários em comparação ao mesmo período do ano passado.
     O sindicato dos  Metalúrgicos de Araçatuba informou que no segundo semestre de 2014, a empresa demitiu 70 trabalhadores e a situação preocupa a categoria. “Uma empresa desse tamanho, gerando em torno de 400 empregos e agora nos vemos em uma situação difícil. Estamos preocupados pelo que está acontecendo, mas entendemos também. Como a empresa se manifestou em resolver o problema, estamos apostando nisso”, afirma Osmar Geraldi, presidente da entidade.
      A queda na produção foi provocada pela seca, já que o nível da hidrovia Tietê-Paraná baixou seis metros e desde maio do ano passado a navegação está parada. O equipamento usado pelo estaleiro para lançar as embarcações ao rio está todo fora da água, uma situação que impede os testes finais dos comboios.
      Pelo contrato, o Estaleiro só pode receber da empresa contratante com as barcaças prontas para navegar. Desde o lançamento, apenas um comboio foi entregue e o valor pago foi de R$ 27 milhões. O contrato total para a entrega dos 20 comboios é de R$ 430 milhões.
      Para manter o nível de produção e evitar novas demissões, a direção do estaleiro tenta um acordo com a contratante para que ela pague pelo que já foi produzido. Atualmente o segundo e o terceiro comboio estão praticamente prontos. O empurrador e as barcaças do quarto comboio também estão em fase de construção. “Estamos tentando sensibilizar a Transpetro para em função do nível do rio, que é inédito nos últimos 50 anos, e que nos impede de lançar, que eles meçam o que está pronto e nos paguem o que está pronto”, conta Fábio Vasconcelos, diretor do estaleiro.
      A Transpetro é um braço logístico da Petrobras, alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público em casos de corrupção e lavagem dinheiro na operação Lava Jato. O diretor do estaleiro espera que esses casos não prejudiquem as negociações. A expectativa inicial era ter todos os comboios prontos até o fim deste ano.

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