Caminhoneiros autônomos anunciaram que vão entrar em greve em 23 de
abril se, até lá, o governo não criar uma tabela com valores mínimos
para pagamento de frete.
A posição dos líderes da categoria foi
definida após um encontro, em Brasília, na
sede da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), em que
representantes dos motoristas, de empresas e do governo debatiam sobre
as propostas apresentadas pelos caminhoneiros e aceitas pelo governo
para parar com a greve do setor no mês passado.
A reunião foi
tensa. Prevista para durar duas horas, teve o dobro do tempo. O senador
Blairo Maggi (PR-MT) foi vaiado em duas ocasiões após pedir a palavra
para falar contra o tabelamento proposto pela categoria. Blairo foi dono
da Amaggi, empresa do setor do agronegócio, que contrata os
caminhoneiros para fazer o frete.
Os caminhoneiros queriam que a
reunião já definisse a tabela mínima, que foi elaborada por
um grupo de trabalho criado após a greve e que reunia representantes do
governo, dos caminhoneiros e dos empresários. O ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, defendia que a tabela
fosse apenas uma referência. Os caminhoneiros se recusaram a referendar a
tabela de referência e ameaçaram então começar uma greve ainda nesta
semana.
A alegação do governo para não criar a tabela mínima é
que seria necessário garantir fundamento jurídico para evitar que os
embarcadores derrubem a decisão na Justiça. Para fazer isso, os
caminhoneiros deram um prazo até o dia 22 de abril para o governo se
posicionar.
Os representantes também conseguiram do governo a
garantia da renegociação das dívidas pela compra dos caminhões. Rosseto
se comprometeu a colocar numa Medida Provisória um texto permitindo que
autônomos e microempresa passem o valor que estão devendo de prestações
de contratos de financiamento feitos com recursos do BNDES para o fim
dos contratos, evitando que os bancos tomem os caminhões.
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