O diretor comercial da Maersk Line Brasil, Mario Veraldo, disse que o Brasil precisa firmar mais acordos bilaterais de comércio para ampliar
sua presença no mercado internacional de exportações e importações. Segundo ele, contar somente com a variação do dólar comercial, cuja cotação cresceu
mais em dois meses e meio do que em todo o ano passado, não será
suficiente para compensar o baixo crescimento esperado para a
movimentação de cargas por contêineres neste ano.
Na
comparação dos resultados de 2014 e 2013, o executivo informou que houve alta geral de 1% em
embarques e desembarques de contêineres no Brasil. Para este ano, a
previsão é de que o índice se repita. Esses dados, revelou, foram reunidos pela
consultoria Datamar, especializada em comércio marítimo e exterior, a
pedido da Maersk.
Para que pudesse haver um cenário mais
favorável ao tráfego de cargas conteinerizadas apenas com o aumento do
dólar, Veraldo calculou que, para cada ponto percentual de queda nas
importações, seria preciso expandir em três a quatro pontos o volume
exportado.
Mas a realidade, para o diretor da Maersk Brasil, é diferente: “O volume de
importação de contêineres é significativamente maior do que o de
exportação. Precisa-se de estabilidade em termos de volume (importado) e
acelerar a exportação muito mais do que a queda na importação”, explicou.
O argumento do executivo é endossado pelas estatísticas da Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp). O porto de Santos (SP), somente em janeiro deste ano, importou 92.095
contêineres e exportou 90.278. A alta nas importações foi de
7,2%, superior à das exportações (2,8%), na comparação com o mesmo mês
do ano passado. Contudo, no ano passado inteiro, os embarques superaram levemente
os desembarques (1.192.084 contra 1.182.342 unidades).
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