Com 199
metros de comprimento e transportando 60 mil toneladas de carga, o navio de
bandeira das Ilhas Marshal, contratado pela Cargill, transpôs a região de
Curuá, no Amapá, aprofundando sua estrutura em 11,70 metros nas águas do rio
Amazonas, em vez dos usuais 11,50 metros. Esta ação confirma a tese de uma das
mais importantes lutas da Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP),
junto à Marinha do Brasil, em defesa da ampliação definitiva do calado do canal
de 11,50 metros para 11,70 metros.
A intenção da Associação é alcançar
12,30m de profundidade, mas o aumento de apenas 20 centímetros, segundo as
próprias empresas transportadoras e os produtores, já significa transformação
nos resultados da movimentação, ampliando em cerca de 6 mil toneladas por
navio.
Desenvolvido pela professora Suzana
Vizon, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Projeto Barra Norte foi
apresentado à Marinha pela ATP em 2016. Desde então, a entidade tem
sensibilizado o setor para que o projeto seja implementado. Com a adesão dos
profissionais da Praticagem da região ao projeto, foram iniciadas as navegações
experimentais.
Este foi o primeiro teste, desde a
autorização da Marinha, assinada em julho. Economicamente, na avaliação de
mercado, a ampliação de 20 centímetros do calado, os navios poderão transportar
em média, 1,8 toneladas. Para o transporte de grãos de soja, em valores
monetários, as empresas transportariam, a mais, R$ 2,7 milhões por embarcação.
Para o diretor-presidente da ATP,
Murillo Barbosa, este é um passo determinante para o avanço do setor logístico
do pais. “O Projeto que, por um lado, proporcionará menores investimentos
públicos para a migração da fronteira agrícola das regiões Sul e Sudeste para o
Norte do país, por outro, otimizará as operações de escoamento de grãos e
minério na região com a segurança à navegação e acesso aos portos do interior
do estuário, reduzirá os custos logísticos do produto brasileiro, com geração
de mais divisas para a economia”, avalia.
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