quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Estudo aponta que 80% das costas dos estados-membros da ONU têm leis de cabotagem específicas


             A Seafares Rights International (SRI), um centro internacional de investigação sobre Direito Marítimo e trabalhadores do mar, publicou o informe Leis de Cabotagem do Mundo, no qual indica que 80% das costas dos estados membros da ONU (Organização das Nações Unidas) têm leis que regem a atividade marítima estrangeira em seus litorais nacionais. Essa legislação é conhecida em todos os países como de cabotagem, conforme estudo do American Maritime Partnership.
        A Federação Internacional de Trabalhadores do Transporte (ITF, na sigla em inglês) encomendou a análise ao SRI devido à carência de uma contabilidade completa e recente das leis de cabotagem marítima praticadas em todo o mundo. A ITF atribuiu o pedido por considerar que essas legislações nacionais interferem na tomada de decisões de mercado internacionais.
            Por meio de uma exploração da natureza e o alcance das leis de cabotagem em todo o planeta, através de aportes de advogados do setor em 140 estados membros da ONU, a SRI descreveu a utilização histórica, prevalência e importância das leis de cabotagem em nível mundial.
          Os obstáculos resultam de práticas históricas na cabotagem marítima, que remontam a períodos em que as políticas para a atividade eram rudimentares. O estudo também aponta as muitas definições do que consideram a cabotagem, em nível de cada país, nos setores regionais e internacionais, desenhadas para avançar em aspectos como o econômico, capital humano e interesses de segurança nacional.
         Segundo a diretora executiva da SRI, Deirdre Fitzpatrick, “só se entende vagamente o que é a cabotagem marítima e surpreende que se publica muito pouco a respeito do tema”. Ela explicou que “este foi um projeto completo, abrangendo os idiomas, as barreiras culturais e as dificuldades nas interpretações estruturais.”
         “O assunto, porém, é importante e afeta uma ampla gama de intercâmbios, serviços e atividades em todo o mundo e tem conseqüências sociais e econômicas”, advertiu a executiva. Acrescentou que “os encarregados em cada país e em nível internacional devem formular políticas e, especialmente, saber mais sobre o tema”.
         O resultado do levantamento indica que a cabotagem opera em 91 países de forma generalizada e em 80% das costas dos estados membros da ONU existem leis específicas sobre o setor. Avalia que os objetivos das políticas de cabotagem são diversos e estão traçados para manter a segurança nacional, promover o desenvolvimento e facilitar e aperfeiçoar a atividade de navegação. Preocupam-se ainda com a proteção do ambiente e o crescimento da tecnologia voltadas para as questões marinhas. Existem em todo o mundo, de acordo com o estudo, diversidade de sistemas políticos, econômicos e legais que repercutem no funcionamento da cabotagem.
    

Nenhum comentário:

Postar um comentário