Pouco
mais de três meses após a paralisação dos caminhoneiros, as empresas que fazem
cabotagem (transporte costeiro de cargas) mudaram o prazo de contratos e de
renegociações para se adaptar a demandas de clientes. Mais companhias buscaram
outras formas de transporte além do rodoviário, mas foi necessário se adequar,
diz Marcos Voloch, diretor de cabotagem para o Mercosul da Aliança Navegação
Logística, que pertence à Hambürg Sud.
Um dos fatores que mais impactou o setor
foi o tabelamento do frete rodoviário, que também afeta a cabotagem no início e
no fim das entregas. “Nossas negociações com clientes deixaram de ser
semestrais e passaram a ser mensais. A cada 30 dias precisamos renegociar
porque cada transportador terrestre trabalha com um valor, uma regra”, diz ele.
“Não há segurança para firmar
contratos de um ano. O estresse dentro da empresa aumentou muito mais que o
volume de negócios porque passamos a trabalhar a curto prazo.” Apesar disso, o faturamento
cresce 14% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2017,
já considerado forte, diz Voloch.
O saldo após a paralisação é
positivo, mesmo com a necessidade de adaptações, segundo Márcio Arany, da
Log-In. “Clientes grandes até mantêm contratos mais extensos, de um ano, mas
passamos a ter gatilhos, como o compromisso de rever os termos caso o diesel ou
o frete chegue a determinados patamares.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário