quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Projeto da Codesp para construção da ponte Santos-Guarujá está em negociação


            O projeto elaborado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos), para a parte da União na modernização do sistema viário na entrada de Santos, deve ser revisto. A Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), desenvolve um projeto com o Governo do Estado para a construção de uma ponte entre Santos e Guarujá. E um trecho desse empreendimento passa pela área onde haverá as obras federais.
            Técnicos das duas empresas estão conversando para tentar compatibilizar os dois projetos. Pelos planos da concessionária rodoviária, a futura ponte ligará as rodovias Anchieta, na entrada de Santos, e Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá. Um de seus acessos passará pelas proximidades do viaduto da Alemoa, região onde serão erguidas as novas vias para entrada na região do Porto, que integram o novo sistema viário da entrada de Santos.
            Ainda não há um prazo para que Docas e Ecovias concluam a negociação. Mas assim que ela ocorrer, a Codesp deve lançar o edital para contratação dos projetos básicos e executivos de seu empreendimento. Dentro do previsto inicialmente para a entrada de Santos, que envolve obras municipais, estaduais e federais, caberia à Autoridade Portuária a construção de uma alça de acesso no Viaduto da Alemoa, que seria destinada a caminhões que viriam da Anchieta com destino ao cais santista.
           Por nota, sem detalhar a obra ou a possível revisão do projeto, a Companhia Docas diz que o projeto Nova Entrada de Santos já foi elaborado e que a licitação ainda não tem data definida, pois “o Ministério (dos Transportes, Portos e Aviação Civil, MTPAC) está buscando alternativas para inserir a obra em seu orçamento”. Luiz Otávio Oliveira Campos, titular da Secretaria Nacional de Portos, órgão ligado ao MTPAC, dá outra justificativa . E afirma que o Governo Federal tem dinheiro para dar andamento às obras. “Recurso nós temos. O problema é aprovar o projeto e a licença ambiental. Teríamos dinheiro agora, para setembro e outubro, mas isso não vai sair, então, teremos que remanejar esse dinheiro”, explica.
            Campos defende que a Codesp execute a parte do projeto que não tem pendências. “Eu tenho certeza que temos que iniciar o que está aprovado e a questão da ponte, nós vamos fazer, mas não vamos ficar parados aguardando isso. Se não, vamos voltar à notícia de 1974, que dizia que a ponte ia ficar pronta naquele ano, coisa que não foi para frente e virou motivo de risos”.
            O projeto da ponte entre Santos e Guarujá, cujos estudos foram autorizados pelo Governo do Estado em junho, será executado pela Ecovias, com análise da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A ligação seca, que deve ter 7,5 quilômetros de extensão e será uma interligação entre os principais acessos às margens Direita e Esquerda do Porto, deve sair da altura do Km 64 da Anchieta, na entrada de Santos, e ir até o Km 250 da Cônego, próximo ao acesso viário da Ilha Barnabé, a cerca de 500 metros da praça de pedágio de Guarujá. Na época do anúncio do estudo, a Ecovias destacou que um dos objetivos da obra é beneficiar o setor portuário, favorecendo o fluxo de caminhões.

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