O projeto
elaborado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade
Portuária de Santos), para a parte da União na modernização do sistema viário
na entrada de Santos, deve ser revisto. A Ecovias, concessionária que
administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), desenvolve um projeto com o
Governo do Estado para a construção de uma ponte entre Santos e Guarujá. E um
trecho desse empreendimento passa pela área onde haverá as obras federais.
Técnicos das duas empresas estão
conversando para tentar compatibilizar os dois projetos. Pelos planos da
concessionária rodoviária, a futura ponte ligará as rodovias Anchieta, na
entrada de Santos, e Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá. Um de seus acessos
passará pelas proximidades do viaduto da Alemoa, região onde serão erguidas as
novas vias para entrada na região do Porto, que integram o novo sistema viário
da entrada de Santos.
Ainda não há um prazo para que
Docas e Ecovias concluam a negociação. Mas assim que ela ocorrer, a Codesp deve
lançar o edital para contratação dos projetos básicos e executivos de seu
empreendimento. Dentro do previsto inicialmente para a entrada de Santos, que
envolve obras municipais, estaduais e federais, caberia à Autoridade Portuária
a construção de uma alça de acesso no Viaduto da Alemoa, que seria destinada a
caminhões que viriam da Anchieta com destino ao cais santista.
Por nota, sem detalhar a obra ou a
possível revisão do projeto, a Companhia Docas diz que o projeto Nova Entrada
de Santos já foi elaborado e que a licitação ainda não tem data definida, pois
“o Ministério (dos Transportes, Portos e Aviação Civil, MTPAC) está buscando
alternativas para inserir a obra em seu orçamento”. Luiz Otávio Oliveira
Campos, titular da Secretaria Nacional de Portos, órgão ligado ao MTPAC, dá
outra justificativa . E afirma que o Governo Federal tem dinheiro para dar
andamento às obras. “Recurso nós temos. O problema é aprovar o projeto e a
licença ambiental. Teríamos dinheiro agora, para setembro e outubro, mas isso
não vai sair, então, teremos que remanejar esse dinheiro”, explica.
Campos defende que a Codesp execute
a parte do projeto que não tem pendências. “Eu tenho certeza que temos que
iniciar o que está aprovado e a questão da ponte, nós vamos fazer, mas não
vamos ficar parados aguardando isso. Se não, vamos voltar à notícia de 1974,
que dizia que a ponte ia ficar pronta naquele ano, coisa que não foi para
frente e virou motivo de risos”.
O projeto da ponte entre Santos e
Guarujá, cujos estudos foram autorizados pelo Governo do Estado em junho, será
executado pela Ecovias, com análise da Agência de Transporte do Estado de São
Paulo (Artesp). A ligação seca, que deve ter 7,5 quilômetros de extensão e será
uma interligação entre os principais acessos às margens Direita e Esquerda do
Porto, deve sair da altura do Km 64 da Anchieta, na entrada de Santos, e ir até
o Km 250 da Cônego, próximo ao acesso viário da Ilha Barnabé, a cerca de 500
metros da praça de pedágio de Guarujá. Na época do anúncio do estudo, a Ecovias
destacou que um dos objetivos da obra é beneficiar o setor portuário,
favorecendo o fluxo de caminhões.
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