A alta temporada do transporte
internacional ― em especial para cargas importadas da China ― já começou a
“engarrafar” as importações para o Brasil. Historicamente,
o período em que ocorre maior procura por espaços nos navios no transporte
marítimo entre Ásia e Brasil inicia entre maio e junho e se estende até
setembro na chamada peak season. A taxa de ocupação dos navios, que gira em
torno de 70% a 80k% em períodos de baixa temporada, pode chegar a 120%,
ocasionando o overbooking no setor marítimo.
Dados do anuário estatístico da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq) apontam que os cinco principais destinos das exportações
brasileiras, em 2017, pela ordem, foram China, Holanda, Malásia, Japão e
Estados Unidos. Já na importação, os destaques do ano passado foram Estados
Unidos, China, Argentina, Colômbia e Austrália. Para não ficar com cargas em
terra, importadores e exportadores precisam elaborar um planejamento sólido e
antecipar as compras, evitando perdas e complicações com relação ao recebimento
das mercadorias. Quando não conseguem espaço nos navios ou aeronaves, as
empresas precisam esperar um novo agendamento para embarque de sua mercadoria.
De acordo com Maiara Cordova, coordenadora de produto de importação
marítima da Allog, para assegurar a importação, é fundamental ter uma
programação de volume (semanal, quinzenal ou mensal) para que o agente de carga
possa alinhar com o mercado o volume a ser embarcado e adequar à alocação.
“Essa programação não precisa ter 100% de exatidão, mas ser coerente com a
realidade para que se desenhem alternativas com fornecedores e rotas para
atender a demanda do cliente”, pontua.
A melhor alternativa é trabalhar com
flexibilidade de armadores. Dessa forma, se a opção escolhida inicialmente for
negada, já existe uma aprovação prévia do importador para que faça a operação
com outra companhia. Para os armadores, além do crescimento da demanda, o
problema no Brasil é mais grave do que em outras partes do mundo por conta dos
gargalos de infraestrutura portuária e das greves sequenciais, que elevam o
tempo de espera de navios e provocam cancelamento de escalas.
No transporte
aéreo, a peak season pode ser medida quando a capacidade operacional de
escoamento de cargas fica insuficiente nas companhias aéreas ou aeroportos.
Neste caso, também há épocas do ano em que já se espera esse aumento repentino,
como o Ano Novo chinês, a proximidade do final do ano, lançamentos mundiais de
alguns produtos e eventos esportivos.
A exemplo do que
ocorre no modal marítimo, planejamento é a melhor maneira de driblar a peak
season no transporte aéreo. “Também é recomendado optar por serviços
estratégicos, onde há menor concentração de passageiros e cargas. Além disto,
ainda é importante estudar o histórico das companhias aéreas que mais sofrem
com peak season e utilizar outras”, destaca Silvano dos Santos, coordenador de
transporte aéreo da Allog.
Entre as diferentes estratégias para driblar a alta temporada no
transporte está a priorização de remessas de frete de pico, transportando
primeiro produtos específicos que precisam de mais rapidez do que outras
mercadorias. É importante tratar esse período com uma previsão clara de como
será a temporada de vendas no varejo, usando dados de anos anteriores para
prever vendas e avaliar as tendências do setor.
O principal indicativo de peak season é um aumento nos
preços de frete. Nessa época, a taxa de ocupação dos navios pode chegar a 120%,
ocasionando o overbooking das cargas. O motivo maior é a demanda, em especial,
a proximidade do final de ano. Como a relação entre carga e espaço fica
desequilibrada, com mais carga do que espaço, os armadores falam em overbooking
médio de 20%. A peak season não é um fator específico de cargas de importação
da Ásia. O continente europeu também sofre com períodos de falta de espaço,
como o que antecede as férias de verão na Europa. (Fonte: Informativo dos
Portos)
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