A
debilidade da economia turca e a conseqüente depreciação da lira estão
incrementando o valor das importações do país. Desde o começo do segundo
trimestre, a moeda nacional se depreciou em mais de 50% frente ao dólar
norte-americano. A Turquia também enfrenta uma disputa comercial com os Estados
Unidos, provocando respingos no comércio exterior do país europeu/asiático e na
indústria da navegação.
A
consultora Drewry entende que existem diferenciais profundos para o setor de
transporte marítimo, principalmente em relação aos grandes sólidos. A Turquia
permanece ativa em mercados como os de coque, cimento, cereais e mineral de
ferro. A maioria desses produtos são largamente importados da Tuquia para os
Estados Unidos, e a redução dos negócios está causando danos à economia turca.
Em que pese os EUA ser um dos principais destinos das exportações
turcas, é provável que o país encontre compradores alternativos na Europa,
Oriente Médio e África. Além disso, é pouco possível que um ligeiro avanço no
câmbio do padrão de comércio desses itens produza uma mudança significativa nos
embarques na Turquia.
Ao mesmo tempo, a produção turca depende das importações de mineral de
ferro, que no ano passado somaram mais de 31 milhões de toneladas. Ainda que o
custo da produção cresceu com a depreciação da lira, é provável que o impacto
nas importações de mineral de ferro seja mínimo, já que a debilidade da moeda
também fará com que a exportação de produtos minerais como um todo seja
competitivo no mercado internacional.
Além disso, não é provável que o recente aumento no preço do carvão
norte-americano por parte da Turquia afete o comércio em nível global, já que o
país importa somente 6% de suas compras externas do produto dos EUA. As
importações pode facilmente passar a ser originadas do Canadá e da Austrália,
outros grandes fornecedores globais.
A
curto prazo, o comércio de GLP da Turquia igualmente poderá ser afetado pela
atual crise econômica do país, considerando a importância do item no setor de
energia nacional. Entretanto, a crise econômica continua por um período
prolongado, eventualmente reduzindo a demanda do setor automotriz. A Turquia
representa cerca de 4% do comércio global de GLP e, para tanto, o impacto
global de qualquer desaceleração nas importações do gás do país no mercado
mundial será modesto..
A
Turquia também depende em grande medida de gás natural importado já que não tem
reservas nacionais de GNL e a expectativa é de que a demanda siga aumentando
dentro do planejamento de incrementar energia limpa. Os Estados Unidos
representam uma parte pequena das importações turcas e existe provedores
alternativos de gás natural líquido tipo Argélia, Nigéria e Qatar.
A Drewry considera que a atual crise monetária e a tensão entre Turquia e
EUA não terá impacto nos planos de expansão da capacidade de regasificação
turca. Não há atrasos no projeto da Trans-Anatolian Natural Gas Pipeline
(Tanap), que começará a transportar gás desde o Azerbaijão até a Turquia e
outros importantes importadores europeus para o início de 2019.
Atualmente, a Turquia tem uma capacidade de regasificação de 14 mtpa e
planeja expandir ainda mais, já que isto ajudará a diversificar as fontes de
importação. Dois novos FSRU, em Hatay, no sul do país e em Saris Bay, no
noroeste estarão operando a partir de 2020.
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