Apesar do otimismo gerado pela utilização do gás natural liquefeito (GNL) como combustível para navios, o último relatório da Organização Marítima Internacional (IMO) sobre o clima, indica que a propulsão com GNL não está isenta de problemas e inclui algumas notas críticas sobre o uso de GNL como combustível sustentável, relata Alphaliner.
É importante ressaltar que a mudança para o GNL não apenas reduzirá as emissões de CO2 em até 20% em comparação com as embarcações com propulsão convencional, mas também melhorará a qualidade do ar. O GNL normalmente resulta em uma redução de 99% nas emissões de enxofre (SOx), uma redução de 99% nas partículas finas e uma redução de 85% nos óxidos de nitrogênio (NOx).
A CMA CGM se tornou em 2017 a primeira grande empresa de navegação a decidir encomendar navios porta-contêineres com motores GNL. A decisão foi parte de seu programa "Act for the Planet" e foi impulsionada pelo compromisso da empresa de transporte marítimo com metas de sustentabilidade de longo prazo mais amplas. Com seus novos navios, a CMA CGM espera alcançar uma melhoria de 20% no Índice de Projeto de Eficiência Energética (EEDI), que mede a pegada ambiental dos navios.
No entanto, além da CMA CGM e da Hapag-Lloyd, nenhuma das principais companhias marítimas optou pela propulsão de GNL até agora. A Maersk, por exemplo, rejeitou o GNL, pois está procurando maneiras de parar de usar quaisquer combustíveis fósseis a longo prazo. Portanto, algumas empresas de navegação preferem olhar para o hidrogênio, amônia ou biocombustíveis como opções para ajudar a reduzir as emissões na próxima década.
Nessa linha, o relatório da IMO destaca que as emissões de metano marinho aumentaram 150% nos últimos seis anos, à medida que mais balsas, navios de cruzeiro e embarcações offshore começaram a queimar gás. Embora essas emissões sejam mínimas em escala global, a IMO alerta que esse "deslizamento de metano" pode ter um impacto negativo no clima global, a menos que seja estritamente controlado e limitado ao mínimo absoluto.
As emissões de metano não são reguladas atualmente pela União Européia ou IMO, mas de acordo com o estudo deveriam ser. Os autores do relatório climático também aconselham a inclusão das emissões de metano na próxima fase do EEDI.
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