A extraordinária safra de café do Brasil está começando a se traduzir em embarques recordes, à medida que os produtores locais capitalizam a queda da moeda local em relação ao dólar, de acordo com um dos maiores negociantes mundiais da commodity, informou a Bloomberg.
As exportações de café verde devem ultrapassar 3,5 milhões de sacas neste mês, o que seria o maior valor da história para setembro e o maior desde dezembro de 2018, explicou Carlos Alberto Fernandes Santana, diretor do Empresa Interagrícola, unidade da trading Ecom Agroindustrial. Os embarques estão a caminho de bater um recorde nos três meses até novembro, depois de cair em agosto, acrescentou ele.
“Apesar dos gargalos logísticos nos portos, o fluxo de exportação aumentou muito, sinalizando volumes recordes para este mês e os próximos dois”, disse Santana em entrevista.
O real é a moeda com pior desempenho entre as principais moedas nos últimos três meses, proporcionando aos produtores e comerciantes uma taxa de câmbio atraente para as vendas externas em dólares. Os últimos dados da Safras & Mercado mostram que 60% da safra estimada foi vendida no início de setembro. É preciso lembrar que o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
Os futuros do café arábica estão a caminho de registrar sua maior queda mensal desde janeiro, devido às preocupações de que o aumento dos casos de Covid-19 levará a mais quarentenas na Europa e prejudicará o consumo em um momento de condições climáticas favoráveis nos países produtores indicam boas safras.
Até o momento, não houve "ajustes significativos" nos contratos existentes, apesar da cautela com a perspectiva de novos fechamentos, disse Santana.
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