A
pavimentação de trecho da BR-163, no Pará, inaugurada pelo presidente Jair
Bolsonaro, na sexta-feira (14), permitirá que o transporte de grãos (soja e
milho) pelo Norte do país duplique no prazo de 5 anos. A expectativa é da
associação Abiove, que reúne as exportadoras do setor.
A entidade afirmou que a obra irá
garantir uma exportação mais competitiva ao Brasil, com custos rodoviários até
20% mais baixos. E os volumes passariam dos atuais 10 milhões de toneladas para
20 milhões de toneladas até 2025, aumentando gradativamente ano a ano.
A Abiove avalia que os custos de
transporte na BR-163 devem ficar entre 15% e 20% menores, com a pavimentação do
trecho de 51 quilômetros entre os municípios de Moraes Almeida (PA) e de Novo
Progresso (PA), que agilizará o transporte numa região na qual os caminhoneiros
antes perdiam dias em atoleiros na época das chuvas, que coincide com o período
de escoamento da safra.
Com a pavimentação, os grãos produzidos
em Mato Grosso, principal produtor de soja e milho do Brasil, chegarão sem
tantos percalços até Itaituba (PA), onde está situado o porto fluvial de
Miritituba, que despacha as barcaças com produtos até os portos exportadores no
Rio Amazonas.
"A finalização do trecho irá
estimular os embarques por meio dos terminais construídos pelas nossas associadas
no Norte do país, aumentando a produtividade, estimulando o desenvolvimento da
região e a geração de divisas de exportação", disse economista-chefe da
Abiove, Daniel Furlan Amaral, em nota.
"Esperamos agora pela concessão
do trecho à iniciativa privada com a inclusão dos acessos aos terminais de
Miritituba e Santarenzinho, passo fundamental para garantir a adequada
manutenção e oferta de serviços necessários em trechos com fluxo intenso de
cargas como é o caso da BR-163", acrescentou Amaral.
A conclusão da BR-163/MT/PA, cuja
construção começou na década de 1970 e foi por vezes interrompida. O trecho
inaugurado nesta sexta-feira foi concluído pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Exército Brasileiro, com investimentos
de cerca de R$ 158 milhões, em 2019, segundo o Ministério de Infraestrutura.
Segundo o Movimento Pró-Logística, que
representa os produtores que pagam pela carga transportada por caminhoneiros, o
valor do frete por tonelada na BR-163, no trecho entre Sinop (MT) e Miritituba
(PA), caiu de R$ 230 em média, no ano passado, para cerca de R$ 170 neste ano.
Em 2019, a viagem do caminhão de sete
eixos, que transporta 38 toneladas, custava, em média, R$8,7 mil. Esse ano, a
mesma viagem, vale, em média R$ 6,5 mil – economia da ordem de 26% para os
produtores que pagam pela carga.
O valor do frete praticado leva em
conta fatores como a distância percorrida, assim como facilidades e dificuldades
enfrentadas na rodovia, como a pavimentação da via, por exemplo. A viagem fica
mais barata porque o caminhoneiro faz mais viagens e gasta menos tempo no
deslocamento e no tempo de parada. Segundo o Comando Militar do Norte (CMN), em
torno de 650 caminhões bitrens transitam diariamente em cada sentido da
rodovia, com carga de soja e milho, principalmente.
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