O Estudo
de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica (EVTEAJ) do projeto da
Ferroeste, ligando Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul deve ter início
em abril. A empresa que fará o estudo terá doze meses para a elaboração, que
contemplará 1.370 quilômetros, sendo mais de mil de Cascavel até Maracaju. A
informação é do secretário de Produção do Paraná, Jaime Verruck.
O estudo foi contratado em 2019. Os
investimentos somente do Governo do Paraná somam R$ 6 milhões, como parte do
contrato de financiamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O próximo passo seria a
concretização da ligação Paranaguá-Maracaju, com integração do trecho
intermodal Foz do Iguaçu-Cascavel. A programação contempla linhas
Cascavel-Guarapuava-Litoral, cobrindo uma região estratégica para o País e o
continente. A ligação teria 1.000 quilômetros. A ideia é que 50 milhões de
toneladas de cargas, entre exportações e importações, sejam transportadas por
este ramal.
O Governo do Paraná já deu o primeiro
passo para elaboração de um estudo ferroviário que contemplará 1.370 quilômetros.
Em setembro, foi publicado no Diário Oficial da União, o aviso de manifestação
de interesse de empresas nacionais e internacionais para contratação dos
serviços de elaboração dos estudos de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental
e Jurídica dos projetos: Nova Ferrovia - Paranaguá a Maracaju (MS) e do Ramal
Ferroviário Cascavel a Foz do Iguaçu. "Este estudo engloba a viabilidade
da ligação de Cascavel até Maracaju. Porque para a gente fazer o estudo o
ministério público deu a concessão para a ferroeste do Paraná. Nosso estudo vai
fazer Cascavel Dourados e Maracaju", afirmou o titular da Semagro.
Além da Ferroeste, prefeitos da
fronteira de MS estão na luta por um projeto audacioso e que e visa a
implantação da Ferrovia Bioceânica Ferro-Guarani, uma ferrovia interligando
Brasil, Paraguai, Chile e Argentina e os Estados do Mato Grosso do Sul e
Paraná. A ligação segundo eles garantiria uma nova rota de escoamento da
produção entre os estados e países, barateando custos e alavancando o desenvolvimento
do Centro Oeste.
O projeto teria um ponto de
entroncamento ferroviário em Tacuru, unindo regiões do Paraguai e Brasil com
destino ao Chile, ligando dois oceanos e barateando o custo do transporte e
gerando desenvolvimento para os quatro países, em ferrovias brasileiras,
argentinas e chilenas, transpassando pelo território Paraguaio, assim
denominada Ferrovia de Integração Ferro-Guarani, em homenagem a um dos maiores
aquíferos do mundo. O projeto ligaria ainda a Ferroeste, já existente até em Cascavel
e daí ao Porto de Paranaguá.
Na semana passada, o senador
sul-matogrossense Nelson Trad Filho, líder da bancada do MS no Congresso
Nacional, recebeu uma comitiva de lideranças do Mato Grosso do Sul e do Paraná
para discutir o projeto da ferrovia Ferro Guarani. Na comitiva o prefeito de
Tacuru, Carlinhos Pelegrini, o vice-prefeito de Ponta Porã, Caio Augusto,
representantes da prefeitura de Dourados, da Ferroeste e do Governo do Paraná.
Segundo Nelsinho "vamos trabalhar para aprovação de leis e liberação de
recursos que permitam a implantação desta ferrovia, que será um marco no
desenvolvimento do Brasil e dos países vizinha, criando uma nova rota de
comércio entre a América do Sul, Europa e Ásia com tempo infinitamente menor de
transporte e o mais importante, diminuindo custos, o que fará nossos produtos
se tornarem mais competitivos a nível mundial", disse o senador.
A ideia da Ferro Guarani foi
confirmada pelo secretário de Produção Jaime Verruck. "Realmente o projeto
existe. Os prefeitos da fronteiras tiveram ideia de criar uma alternativa
beirando a fronteira. Estão pedindo para que Ministério autorize este estudo.
Mas por enquanto é apenas uma ideia", frisou. Na avaliação do secretário,
não haveria volume de cargas para duas ferrovias. "Ou viabiliza uma ou
outra, não tem volume, mas a ideia de que prefeitos façam estudo da região de
fronteira pensando numa conexão com o Paraguai", finalizou.
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