quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Rumo/ALL quer aumentar capital e prazos dos contratos de concessões de suas linhas


         A concessionária de ferrovias Rumo ALL, resultado da fusão de ativos em maio do ano passado e que só foi concretizada em março último, fecha este ano na expectativa de obter duas importantes decisões: a aprovação por seus acionistas de um aumento de capital de R$ 650 milhões e a extensão dos prazos dos contratos de concessão de três de suas quatro malhas ferroviárias por mais 30 anos.
         A capitalização é uma proposta levada para o conselho da empresa como uma alternativa de criar liquidez e fôlego financeiro de curto prazo. Com a situação complicada do Brasil, com operação Lava-Jato e crise política, o crédito sumiu da praça. Os bancos privados restringiram financiamentos.
         Com nova gestão desde abril, formada por executivos indicados pelo acionista principal, o grupo Cosan, a empresa já obteve melhora no seu desempenho operacional e caminha para fechar este ano com bom crescimento no volume transportado e aumento de receita. Grande parte disso é puxado por cargas de grãos, que terá uma safra recorde, uma vez que a área industrial - peso de 19% no total - sofre com a crise econômica.
         Até o terceiro trimestre o volume transportado cresceu 3% no total (7,7% em produtos agrícolas) e a receita da companhia subiu 9,2%, para R$ 3,55 bilhões (22,2% no terceiro trimestre), conforme o último demonstrativo financeiro. Na última linha do balanço, no entanto, o resultado é ainda negativo: prejuízo de R$ 237,5 milhões (nove meses). Previsão de vários analistas que acompanham a empresa é que a Rumo ALL não irá reportar lucro antes de 2018 ou 2019.
         No plano emergencial, a concessionária tem um plano de investimento, desde abril de 2015 ao fim de 2016, da ordem de R$ 2,8 bilhões. Conforme a nova gestão apresentou a investidores, é a cifra necessária para colocar a companhia em condições de operar. Com previsão de aplicar R$ 1,9 bilhão até o fim deste ano, já fez as primeiras intervenções na empresa. A ALL era vinha com fluxo de caixa negativo há vários anos.
         A estimativa é de que, durante a conclusão do negócio, ao menos um período de cinco anos à frente para pôr a ferrovia nos eixos, renovar a frota de vagões e locomotivas, modernizar a malha de transporte, ganhar eficiência e atender satisfatoriamente a demanda de centenas de clientes. Foi encontrado baixo aporte em manutenção de linhas, bem como na renovação das frotas de locomotivas e vagões.
         De 2017 em diante, há a previsão de uma nova fase de investimento, todavia na dependência da renovação de suas concessões, que vencem a partir de 2026. São previstos mais três anos de aportes de dinheiro na empresa que somam R$ 4,6 bilhões.
          A renovação está na fase final de avaliação por parte do governo federal e já recebeu o sinal verde da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Daí, após audiência pública gerida pela agência, vai para homologação do Ministério dos Transportes.

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