segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Ministério dos Transportes promete medidas para reduzir fatia do modal rodoviário no escoamento da produção

          A cultura rodoviária no Brasil ainda tem uma presença muito mais efetiva do que outros modais, como o ferroviário e aquaviário, por exemplo. Mas, as estradas vivem precariedades enormes que acabam onerando também o sistema rodoviário geral quando o assunto é o transporte de cargas. Historicamente, o Estado Brasileiro priorizou ações e investimentos para a execução e intensificação da rede de transportes rodoviários, o que gerou desequilíbrio da matriz do sistema viário nacional, marcado pela prevalência do modal rodoviário em detrimento dos demais modos de transporte.
           De acordo com o Ministério dos Transportes o transporte rodoviário tem grande participação no sistema logístico do país, sendo o modal mais adequado para deslocamentos de curta e média distância. Além disso, tem por características baixo custo inicial de implantação, possibilidade de realizar entrega “porta a porta” e maior cobertura de serviços, utilizando a rede viária já implantada. Porém, para maior efetividade da infraestrutura rodoviária brasileira, é importante expandir, modernizar e garantir a conservação da malha rodoviária. Para tanto, faz-se necessário atuar desde as fases iniciais, de forma a otimizar o processo de contratação da obra rodoviária, considerando os parâmetros de custo, prazo e qualidade dos serviços.
          Nesse sentido, os investimentos públicos em rodovias são essenciais para garantir infraestrutura rodoviária adequada. Os investimentos públicos devem garantir a implantação e pavimentação das rodovias constantes do Sistema Federal de Viação e indicadas nos planejamentos de governo, além de ampliar a capacidade das vias pavimentadas, por meio de obras de adequações e duplicações, por exemplo. Ainda em relação à malha rodoviária existente, é preciso manter o nível de serviço aceitável e proporcionar condições de infraestrutura adequadas, destacando ainda que a promoção da intermodalidade, por meio do fomento de Centros de Integração Logística, possibilitará integrar a rede viária e as cadeias produtivas do país, com vistas a proporcionar, também, mais eficiência nos deslocamentos de carga.
          Em uma retrospectiva do transporte ferroviário, o Ministério dos Transportes analisa que o lançamento do PIL (Programa de Investimentos em Logística) do Governo Feral – lançado em 2012, com o objetivo de ampliar a escala dos investimentos públicos e privados em infraestrutura rodoviária, ferroviária, hidroviária, portuária e aeroportuária – buscou desenvolver um modelo de exploração capaz de propiciar amplo acesso à malha ferroviária, de forma que diversos setores da economia pudessem usufruir da infraestrutura ferroviária. Nesse sentido, enxerga que na Ferrovia Norte Sul – após a fase de testes de operação – poderá começar a ser utilizada pela iniciativa privada no trecho de 855 km entre Anápolis (GO) e Palmas (TO), de forma a aumentar sua utilização.
          Outro fator citado foi a elevação de 8,5% para 10,6% na TIR (Taxa Interna de Retorno) pelo Ministério da Fazenda para as próximas concessões de ferrovias. A atualização tem por objetivo tornar os ativos ferroviários no Brasil mais competitivos em relação a outras alternativas semelhantes de investimentos. As concessões de ferrovias estão situadas em importantes áreas agrícolas e de minérios brasileiros, o que poderá elevar significativamente a competitividade do agronegócio, da exportação de minérios e de outros produtos do país, num futuro próximo. A visão é que esse aumento na taxa interna de retorno vai tornar o programa de concessões de ferrovias mais atraente para o investidor, atraindo mais interessados a participar dos leilões de ferrovias.
         O Ministério dos Transportes garante que o governo tem procurado cada vez mais aperfeiçoar os marcos regulatórios a fim de permitir aos investidores nacionais e estrangeiros maior segurança jurídica no cumprimento dos contratos. O governo avalia a alteração de algumas regras que serão modificadas com o intuito de facilitar o ambiente de negócio sobretudo para os investidores estrangeiros. Nesse sentido, o governo brasileiro avalia contar com a participação de equipes de especialistas do Banco Mundial para auxiliar na elaboração de um conjunto de sugestões para o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios do setor de infraestrutura, bem como para o aperfeiçoamento de estudos e projetos e ainda para preparação de minutas de contratos e editais de concessões, avalia a pasta.
          Para 2016, as expectativas rodeiam a retomada dos investimentos em infraestrutura no centro da estratégia do governo para enfrentar a crise e fazer o país voltar a crescer já em 2016. Além do início de novas obras, que geram empregos, os empreendimentos em logística ajudarão o país a reduzir custos de transporte e aumentar sua capacidade de competição no exterior. Nesse sentido, a visão é que o programa de concessões do governo federal tem papel fundamental neste processo. O governo procura cada vez mais melhorar o ambiente de negócios e coordenar de forma eficiente o programa de concessões. Além das novas concessões que serão ofertadas em 2016 para os investidores nacionais e internacionais o governo procura acelerar os investimentos em concessão de rodovias e ferrovias já existentes. Esses investimentos em concessões já existentes têm risco menor, receita imediata e atendem à uma demanda reprimida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário