quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Disputa pela exportação de frango mobiliza terminais portuários do Sul


         A produção brasileira de frango provocou um aumento na pressão sobre os portos do Sul do país. Os terminais espalhados por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul iniciaram uma disputa entre si pelos contêineres carregados com a proteína branca, visando maior participação de mercado. O cenário motivou investimentos do setor para reforçar a infraestrutura, ao mesmo tempo em que amplia as opções de escoamento da cadeia produtiva nos três estados, de acordo com a Expedição Avicultura 2015 em roteiro pelas principais zonas portuárias do Sul.
         O crescimento no abate de aves (3,5% em 2015) e o câmbio favorável às vendas externas dão lastro para as exportações subirem 4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas de janeiro a dezembro, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Nós só refletimos a pujança da cadeia produtiva. O produtor é que nos dá condições para crescer”, argumentou o diretor superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva.
         O terminal paranaense desbancou o porto de Itajaí (SC) neste ano, assumindo a liderança nacional. Escoou 1,3 milhão de t de frango, 12,8% a mais que o volume de 1,1 milhão do porto catarinense (jan-nov) e 6,3% além de seu resultado geral de 2014. Com acesso ferroviário, Paranaguá se beneficia da limitação de espaço para entrada de navios e do clima desfavorável a Itajaí. “Mantivemos o mesmo perfil de movimentação de cargas, mas a chuva intensa, potencializada pelo El Niño, prejudicou”, garantiu o assessor da superintendência do porto catarinense, Heder Moritz. Os rios fazem correnteza e dificultam a entrada dos navios na baía onde ficam os terminais.
Contra-ataque
          Com o objetivo de retomar a liderança nacional nos embarques, os terminais privados que atuam em Itajaí (foto) reforçam investimentos. A APM Terminals anunciou ter R$ 180 milhões disponíveis para investir, dependendo apenas de garantias governamentais para executar as obras (leia ao lado). “Com isso podemos ampliar facilmente entre 15% e 25% nossa movimentação”, afirmou o gerente comercial da empresa, Felipe Kaufmann. No outro lado do rio, em Navegantes, a Portonave já tem um projeto de expansão pronto, dependendo apenas do aumento na demanda para iniciar as obras. Ao mesmo tempo, o TCP pede prorrogação da concessão para investir R$ 1,1 bilhão até o final da década.

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