segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Argentina anuncia que empresas brasileiras devem receber até julho de 2016 o valor referente a importações que companhias do país não pagavam por falta de dólar

         O presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, anunciou que empresas brasileiras devem receber até julho de 2016 o valor referente a importações que companhias argentinas não pagavam por falta de aceso ao dólar. Ele fez a declaração durante reunião de ministros da área econômica na 49ª Cúpula do Mercosul, que terminou nesta segunda-feira, em Assunção, Paraguai.
         Já o ministro da Fazenda do país, Alfonso Pratt-Gay, calculou essa dívida em US$ 5 bilhões. "Já temos um cronograma, e a partir de julho estará tudo normalizado", garantiu o titular da pasta do governo do presidente Maurício Macri, que assumiu na semana passada, depois de 12 anos de kirchnerismo no comando da Casa Rosada, a sede do governo argentino.
         O crédito dos brasileiros foi acumulado no período em que Néstor e depois sua mulher Cristina Kirchner governaram a Argentina e controlaram o acesso à moeda norte-americana, processo agora encerrado. A unificação brusca do câmbio determinada pelo novo presidente levou a uma valorização do dólar de 41% e a uma queda de 30% no poder de compra do peso, o que era esperado pelo governo.
         A nova administração espera elevar no próximo mês em US$ 25 bilhões as reservas do Banco Central argentino, atualmente em US$ 24,3 bilhões. Antes de desvalorizar sua moeda, o governo de Macri havia anunciado duas medidas de abertura.
         A primeira foi o fim de impostos sobre todas as exportações agropecuárias, com exceção da soja, que teve sua taxa reduzida de 35% para 30%. A outra foi o fim da exigência de uma autorização para importações, alvo de reclamação constante de empresas brasileiras e argentinas.
         O chefe do BC previu ainda que as três ações darão à Argentina um crescimento mais acelerado das suas exportações e o país normalizarão o fluxo de capitais.

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