quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Superintendente da Hamburg Süd/Aliança diz que "estratégia do grupo é cortar custos e investir em novos clientes"

          O diretor superintendente da Hamburg Süd e Aliança Navegação e Logística, Julian Thomas, disse, ao examinar as perspectivas para o Brasil que “ainda não enxergamos um cenário positivo para o fim desta crise, mas a estratégia para driblá-la é cortar os custos e investir em clientes novos”. O executivo, que está no país desde 1997, comemora o fato de a Hamburg Süd  ter conseguido crescer 4% no primeiro semestre do ano e, embora ainda não tenha fechado os números para o fim de 2015, espera manter o mesmo ritmo.
          Segundo ele, uma boa opção para diversos setores comerciais do país ainda é a cabotagem, embora a movimentação deste modal, quando analisada isoladamente, tenha se mantido similar nos três primeiros trimestres do ano. Dados da Aliança dão conta de que o período de janeiro a outubro de 2015 registrou movimento de 142.296 Teus em navegação doméstica, enquanto, no ano anterior, o número chegou a 142.520 Teus.
          Para 2016, a expectativa de Thomas é bastante simples e encorajadora: “Que o Brasil volte a crescer”. Para a empresa, ele diz que a meta é atingir o mesmo crescimento de 2015, cerca de 5%. “O panorama é de carência, seja em qualidade e quantidade, e, com isso, o setor perde muitas oportunidades de negócio por não poder atender ou por não ser competitivo", frisou.
          "Entre as conquistas do setor, podemos citar o PIL, que voltou a ter a atenção do governo neste ano”, cita Thomas, comparando entraves e conquistas da navegação no último ano. Diante da introdução dos supernavios nas principais rotas internacionais, ele alerta: “Isso demandará investimento em infraestrutura portuária por parte do nosso governo”. Para ele, toda a infraestrutura precisa ser fortemente melhorada, portos, ferrovias, rodovias, armazéns, processos de informação, desburocratização do setor, tributação, etc.
          “O país precisa ter mais planejamento, para uma ação coordenada dos projetos de investimento; garantias do Governo promovendo a transparência, segurança e retorno destes investimentos ao setor privado; reforma Tributária como agente facilitador de novos negócios, parcerias público privadas na execução de projetos de infraestrutura,” observa.
          Nos últimos dois anos, a Aliança investiu em novos navios, o que elevou a capacidade da cabotagem para acima de 30%. O objetivo, em 2016, seria manter esta capacidade e expandir em serviço agregado. Com o desenvolvimento da ATM (Aliança Transporte Multimodal), a empresa passou a funcionar também como ponto de distribuição e coleta do serviço de carga fracionada.
          A partir da nova coligada, a Hamburg Süd pretende coletar e entregar cargas de pequeno e médio volume na porta do cliente, a um custo logístico competitivo, com garantia da integridade da mercadoria, frequência de embarques e confiabilidade operacional.
          “A cabotagem teve um desenvolvimento admirável nos últimos 10 anos, mas estabelecer um serviço competitivo com o setor rodoviário ainda tem sido um grande desafio. A capilaridade e flexibilidade do transporte terrestre demandam da cabotagem em seu serviço semanal um grande esforço em oferecer a confiabilidade e segurança com que o setor está acostumado a trabalhar em sua cadeia logística”, disse Julian Thomas.
          Segundo ele, o mercado precisou aprender a ajustar sua produção e estoque à frequência do transporte marítimo, de modo a aproveitar todas as vantagens que o modal oferece. “Além de garantir o mesmo serviço porta a porta com um transit time competitivo, o transporte marítimo garante segurança, baixíssimos índices de roubos, avarias, e impacto ambiental. Neste sentido, o mercado vem cada vez mais reconhecendo a Cabotagem como uma excelente opção para o transporte de longas distâncias”, afirmou.

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