segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Confederações de indústria dos países membros defendem retomada da agenda econômica do Mercosul



         A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se uniu as entidades industriais de Argentina, Paraguai e Uruguai para defender a retomada a agenda econômica do Mercosul e o avanço das negociações do acordo de livre comércio com a União Europeia. A mensagem faz parte da declaração conjunta que será distribuída nesta segunda-feira, 21, durante a 44ª cúpula de presidentes do Mercosul, em Assunção, no Paraguai.
         As entidades industriais avaliam que a paralisia do bloco tem prejudicado a inserção na economia mundial e limitado os ganhos de exportações e de investimentos externos. "Há mais de uma década, a indústria brasileira alerta sobre a necessidade de o Mercosul ter uma agenda econômica estratégica e de longo prazo. Chegou a hora. O crescimento do Brasil depende disso", diz o diretor de Desenvolvimento da CNI, Carlos Abijaodi.
         Na última década, o Mercosul perdeu um ponto percentual como destino das exportações brasileiras, passou de 10%, em 2005, para 9%, em 2014. Nas importações, o bloco representava 10% e caiu para 7,5% no período.
A relação comercial entre o Brasil e a Argentina foi a que mais sofreu com a paralisia do Mercosul. Em uma década, o Brasil caiu 36,5% para 22,7% de participação de importações argentinas. Além disso, o Chile, que não faz parte do Mercosul, passou a ser o primeiro destino dos fluxos de investimentos brasileiros. No ano passado, o Chile recebeu 41,6% do capital brasileiro, enquanto a Argentina ficou com apenas 25,2% - percentual bem inferior ao verificado no biênio 2010/2011. Naquele período, os argentinos haviam recebido 46,5% e os chilenos 27,4%.
         Segundo as entidades, o Mercosul tem duas tarefas imediatas: reduzir as barreiras aos fluxos de comércio e investimentos entre os países-membros  e avançar na negociação de acordos comerciais relevantes com terceiros países, principalmente com a União Europeia. Atualmente, os acordos assinados pelo bloco dão potencial de acesso a somente 8% do comércio mundial, enquanto que os do México 65%, da União Europeia 45% e dos Estados Unidos 25%.
         O documento deixa claro para os governantes do Mercosul que o acordo com a União Europeia precisa ser tratado como prioridade e pede que a troca de oferta entre os dois blocos seja realizada no curto prazo. “As entidades estão convictas de que esse acordo pode melhorar a posição competitiva dos países no comércio global, sobretudo com o movimento global de aprofundamento da produção por cadeias de valor”, diz Abijaodi.

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