Prometido
para estar em operação assistida até o final deste ano, o Sistema de
Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (VTMIS, na sigla em
inglês para Vessel Traffic Management Information System) do Porto de Santos
ainda não tem previsão para começar a funcionar. O motivo do atraso são as
negociações para a cessão das áreas onde serão instaladas estações remotas de
monitoramento.
A primeira torre já foi erguida na
Ilha Barnabé, no canal de navegação. O local deve abrigar um radar, que
possibilita o rastreamento de embarcações, câmeras de longo alcance e de visão
noturna, além de um transponder AIS (equipamento que identifica automaticamente
navios que contam com esta tecnologia por meio de satélite).
“Uma área em Guarujá, que é
particular, está em vias de se concluir minuta de contrato para aluguel. As
outras duas pertencem ao Exército e as negociações devem ser feitas em nível
federal”, explica o diretor de Operações Logísticas da Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp), Carlos Henrique Poço. Uma delas está na Ponta de
Itaipu, em Praia Grande, e a outra na entrada do canal do Porto, no Forte dos
Andradas, em Guarujá.
Na última reunião do Conselho de Administração
(Consad) da Codesp, que ocorreu na semana passada, ficou definido que as
negociações seriam feitas pela Secretaria Nacional de Portos, ligada ao
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC). Procurada, a pasta
confirmou que está em “tratativas iniciais” com o Exército, sem informar se há
estimativa de quando a instalação das torres do sistema deve ser concluída. Poço
também não arrisca uma nova data para o projeto estar em pleno funcionamento,
uma vez que isso depende da liberação das áreas.
Assim como a estação da Ilha Barnabé,
as outras três terão radares, câmeras de alta definição e transponderes AIS
para a coleta de dados das embarcações. Isso permitirá à central acompanhar a
posição, a velocidade e o registro dos cargueiros em tempo real. O radar
identificará embarcações que não emitam sinais por transponder. Logo que uma
delas for localizada, a câmera apontará diretamente para ela, ampliando a
segurança do tráfego na região.
Além destes equipamentos, previstos
no projeto inicial do sistema, a Codesp deve comprar também sensores
meteorológicos e oceanográficos para que seja implantado o calado dinâmico do
cais santista. Com o novo serviço, orçado em R$ 31 milhões, será possível
obter informações em tempo real de todas as embarcações que estiverem no canal
de navegação, no fundeadouro (na Barra de Santos) e no Canal de Piaçaguera, em
Cubatão. A tecnologia permitirá ainda detectar a presença de embarcações de
menor porte que estiverem no raio de alcance do VTMIS.
O ideal é que, pelo menos, duas torres estejam em funcionamento para que
o sistema do Centro de Controle Operacional (CCO) do VTMIS, instalado na antiga
Ponte de Inspeção Naval, na Ponta da Praia, em Santos, receba as informações. De
acordo com especialistas, o prazo para que uma torre destas fique pronta,
depois da área liberada, com a parte de construção civil e de infraestrutura, é
de 5 a 6 meses.
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