A Associação Brasileira
das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou levantamento nesta
quinta-feira, 4, apontando para uma queda nas exportações em setembro. Foram
embarcados ao exterior 9,86 milhões de pares que geraram US$ 71,64 milhões,
quedas de 14% em volume e de 26,2% em receita na relação com o mês
correspondente do ano passado. Com isso, no acumulado dos nove meses do ano, o
setor calçadista soma o embarque de 78,87 milhões de pares por US$ 700 milhões,
quedas de 10,7% e de 12%, respectivamente, no comparativo com igual ínterim de
2017.
O presidente-executivo da
Abicalçados, Heitor Klein, avalia que o resultado aponta para a concretização
dos efeitos do cenário internacional, especialmente com a desvalorização das
moedas dos países emergentes, alguns dos principais mercados para o calçado
brasileiro. “Se o dólar valorizado favorece a formação de preço para o
exportador brasileiro, esse efeito é neutralizado quando a moeda do importador
também está desvalorizada”, comenta, ressaltando que em muitos dos países
compradores as moedas locais depreciaram ainda mais do que no Brasil,
encarecendo o produto verde-amarelo. “Na Argentina, principal mercado do
calçado nacional, o peso argentino desvalorizou mais de 100% nos primeiros nove
meses do ano”, exemplifica.
Nos primeiros nove meses de
2018, o principal destino do calçado brasileiro foi a Argentina, para onde
foram embarcados 9,4 milhões de pares que geraram US$ 115 milhões, altas de
13,2% em pares e de 16,4% em dólares no comparativo com período correspondente
do ano passado. “Por outro lado, as exportações para a Argentina, que vinham
crescendo no primeiro semestre, somaram uma queda de 54% nos dois últimos
meses, no comparativo com seus correspondentes do ano passado, por conta da
desvalorização do peso e pela crise do país”, comenta Klein.
O segundo destino dos nove
primeiros meses foi os Estados Unidos, para onde foram enviados 6,45 milhões de
pares que geraram US$ 108,82 milhões, quedas de 14% e de 21,6%, respectivamente,
no comparativo com o resultado do mesmo ínterim do ano passado. Ocupando o
terceiro posto dos destinos internacionais, a França comprou 5,3 milhões de
pares por US$ 43,37 milhões, incrementos de 37,6% e de 6,5%, respectivamente,
no comparativo com os nove primeiros meses de 2017.
Nos nove meses, o principal
exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul. No período, os
calçadistas gaúchos embarcaram 19,9 milhões de pares que geraram US$ 318,38
milhões, quedas de 5,2% em pares e de 6,4% em receita no comparativo com igual
período do ano passado. O segundo maior exportador do período analisado foi o
Ceará, de onde foram embarcados 28,33 milhões de pares que geraram US$ 164,9
milhões, quedas de 13,2% e de 14,5%, respectivamente, em relação ao mesmo
ínterim de 2017. Também em queda, o terceiro exportador do ano foi São Paulo,
de onde partiram 5,28 milhões de pares por US$ 78,66 milhões, quedas de 10% em
volume e de 10,5% em receita no comparativo com o ano passado.
No mês nove, entraram no Brasil
2 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 28,6 milhões, números que são
menores tanto em pares (-9%) quanto em receita (-22,8%) em relação ao mesmo mês
do ano passado. Com isso, no acumulado foram importados pelo Brasil 21,8
milhões de pares por US$ 275,7 milhões, incrementos de 15,5% em volume e de
3,3% em valores no comparativo com mesmo ínterim de 2017. As principais origens
das importações foram os países asiáticos: Vietnã (9,64 milhões de pares por
US$ 154,5 milhões, altas de 15% e de 3,7%, respectivamente, na relação com
igual período do ano passado); Indonésia (3 milhões de pares por US$ 49,78
milhões, quedas de 1,8% e de 3,4%); e China (6,8 milhões de pares e US$ 29,4
milhões, incrementos de 38,2% e de 19%).
Em partes de calçados – cabedais,
palmilhas, solas, saltos etc – as importações alcançaram US$ 39,2 milhões, 32%
mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China,
Vietnã e Paraguai.
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