segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Porto de Buenos Aires vê movimentação de contêineres cair de 1,6 milhão para 1,4 milhão de unidades em uma década


        O estudo “The Container Port of Buenos Aires in the Mega-Ship Era”, de Olaf Merk, apresentado durante o Foro Internacional de Transportes, encerrado na capital argentina, nesta semana, apontou que o complexo portenho sofreu um declive nas operações com contêineres entre 2006 e 2015, passando de 1,6 milhão para 1,4 milhão de unidades. Esse volume deixou o terminal na oitava posição entre os portos de contêineres da América Latina.
          Segundo o estudo, a competência interna nos portos da Argentina de um modo geral acabou afetando decisivamente o porto da capital do país. A partir das reformas portuárias da década de 1990, o porto de Buenos Aires foi dividido em duas partes: Porto Novo e Molhes Sul, com finalidades e estruturas distintas e diferentes. Nos dois, há hoje quatro grandes terminais de contêineres competindo pela mesma carga, sendo cada um deles controlado por um dos quatro grandes operadores do mercado, as vezes em conjunto com atores locais. Os operadores Hutchison, DP World e APMT operam no Porto Novo, enquanto que a PSA atua no Molhe Sul (Exolgan).
          O Porto de Buenos Aires manejou 1,4 milhão de teus em 2015, cerca de 85% do tráfego marítimo de contêineres do país. Esta participação de mercado de Buenos Aires representou declive de 95% em relação ao movimento registrado em 2006. O volume de contêineres totais na Argentina flutuou durante os últimos dez anos, mas o nível em 2015 esteve levemente abaixo do verificado em 2006, que foi de 1,7 milhão de teus.
          O segundo maior porto da Argentina é o fluvial de Zárate, ao norte de Buenos Aires, que manejou 0,1 milhão de teus em 2015. Mais novo porto de contêineres do país, La Plata iniciou operações em 2015, porém até o momento não atraiu um volume significativo de tráfego de contêineres. O terminal da capital da província de Buenos Aires é administrado pela ICTSI, operador global de terminais, com sede na República das Filipinas.
          As companhias privadas operam os portos conteneiros, representando um terço das escalas no Porto de Buenos Aires. As maiores transportadoras que escalam na capital têm seus terminais preferidos, normalmente ligados de alguma forma a estas companhias de navegação. A Maersk utiliza o Terminal 4, operado pela APM Terminals, a MSC usa o Exolgan, cujo operador é a TIL e do qual é dona de 50% do capital. A Hamburg Sud, segunda maior operadora na Costa Leste da América do Sul, movimenta suas cargas principalmente na APM. A fusão da Hamburg Suyd com a Maersk em 2018 resultou numa mudança das escalas da empresa alemã. A situação deverá mudar com a nova licitação pelo governo argentino do Porto Novo em 2020, que passará a ser administrado por um só operador.      

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