quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Economia da Argentina deve voltar a crescer em 2019


          A economia da Argentina deve voltar a crescer no primeiro ou no segundo trimestre do próximo ano, afirmou nesta quarta-feira (10) o ministro da Produção do país vizinho, Dante Sica. A declaração foi feita em Brasília (DF), onde ele participou de reuniões com autoridades e empresários brasileiros.
          Segundo o ministro, a crise cambial na Argentina deve-se tanto a turbulências na economia internacional como a problemas herdados do governo anterior. “A Argentina está atravessando uma crise cambial, produto de fatores externos, como guerra comercial entre China e Estados Unidos, além dos problemas na Turquia, e também temas internos, como corrupção do governo anterior”, afirmou Sica, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
          Em relação às eleições no Brasil, o ministro disse que o governo argentino acompanha, com atenção, os desdobramentos do processo eleitoral. Segundo ele, a ausência de violência no último domingo mostra que a votação foi bem-sucedida. Ele disse que o país vizinho está esperando uma definição em torno da equipe econômica dos candidatos para conhecer as propostas sobre o tema, mas descartou maiores preocupações.
          “Queremos escutá-los e saber para onde pode ir a futura política econômica. Não estamos preocupados. Seguimos com atenção. Quando o Brasil vai bem, a Argentina vai bem.” De acordo com o ministro, um ponto de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) no Brasil significa 0,25 ponto percentual no crescimento do PIB argentino, o terceiro maior parceiro comercial do país, depois de China e Estados Unidos.
          Também presente no encontro, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, disse que os dois ministros discutiram a harmonização da regulação do comércio automotivo entre Brasil e Argentina e abordaram a facilitação do comércio bilateral de outros produtos. Os dois também abordaram a redução de diferenças entre os sistemas de registro de operações de comércio exterior, de modo a aumentar a convergência entre eles.
          De acordo com Marcos Jorge, uma queda de um ponto percentual no PIB argentino significa a redução de 4,4% das exportações brasileiras para o país vizinho. Parte desse impacto, no entanto, é absorvida porque algumas mercadorias conseguem ser redirecionadas para outros países.
          As estatísticas do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços indicam que a desvalorização do peso argentino encolheu o superávit comercial do Brasil com a Argentina. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportou US$ 4,087 bilhões a mais do que importou do país vizinho, contra saldo positivo de US$ 5,883 bilhões no mesmo período do ano passado. (imagem do Centro Financeiro de Buenos Aires)

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