quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Rota marítima entre América do Norte e Costa Leste sul-americana mostra recuperação nas tarifas e demanda


         O ano vem sendo pobre para a rota de porta-contêineres entre a América do Norte e a Costa Leste da América do Sul, mas as tarifas de fretes e a demanda estão se recuperando nos últimos tempos. A avaliação é de estudo divulgado nesta semana pela consultora Drewry.
          A América Latina registrou o rendimento mais baixo entre os portos globais este ano, conforme as oito regiões do mundo examinadas pelo Drewry Container Forecaster. A expectativa é de que a movimentação de contêineres nos terminais do continente fique 1% abaixo do período anterior. Há temores de que os planos de austeridade da Argentina não sejam suficientes para contornar a crise econômica e as fortes quedas do valor da moeda no país platino e seu vizinho Brasil – que também sofreu com a paralisação dos caminhoneiros meses atrás.
          O mal estar se dissipa um pouco pelos fluxos de conteneiros bidirecionais no primeiro semestre entre a América do Norte e a Costa Leste da América do Sul, que foram bastante estáveis na comparação com o esmo período do ano passado. A maior parte das operações teve o rumo sul para o norte, diminuindo os ganhos no sentido sul da rota.
          De acordo com as estatísticas proporcionadas pela Datamar, o transporte de contêineres na rota headhaul diminuiu em 3,5% interanual depois do primeiro semestre de 2018, para aproximadamente 285 mil teus. Entretanto, os dados mais recentes sugerem que o mercado de exportação está se fortalecendo. O volume de agosto foi o melhor nos últimos dois anos e representa um aumento de 15% em relação a igual período do ano anterior. As variações na cotação das moedas regionais e outros indícios de recuperação econômica impulsionaram o mercado de saída de produtos da região.
          Em virtude do poder de compra mais débil dos consumidores da América do Sul, a solidez relativa do comércio de importação a partir da América do Norte resultou surpreendente. Os números da Datamar mostrar que a demanda havia aumentado em 5,6% depois de seis meses em 2018, chegando a 240 mil teus, e contando, ainda, com elevação do preço do frete em 11% interanual em julho e 6,7% interanual em agosto.
          Existem cinco serviços de contêineres semanais no comércio entre a América do Norte e a América do Sul, com capacidade controlada principalmente por quatro transportadoras: CMA CGM, Hamburg Sud (Maersk Line), Hapag-Lloyd e MSC. O tamanho promedio dos navios utilizados na rota ficam entre 5.400 teus e 6.900 teus. Há poucas novidades nestes serviços nos últimos tempos, sendo exceção o início de escalas da CMA CGM no terminal de Freeport, no Texas (foto), passando também por Altamira, no México.
          Com poucos serviços e uma gestão conservadora dos serviços nesta rota, não é necessário muito para ajustar a capacidade pelos atores envolvidos nas operações. A redução de alguns itinerários em 2018 igualmente ajuda a diminuir em 1% a disponibilidade de espaços nos porta-contêineres que trafegam na rota, na comparação com anos anteriores.

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