Maior exportador de soja do mundo, o Brasil deverá registrar um
faturamento recorde de 38,3 bilhões de dólares com os embarques do grão,
farelo e óleo de soja em 2018. O crescimento será de 21% na comparação com 2017, com o país sendo beneficiado por forte demanda da China, bons
preços e uma safra histórica para comercializar, apontou a Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais).
Até o mês passado, a Abiove, que reúne multinacionais como Bunge e Cargill, previa
uma exportação de 37,9 bilhões de dólares para o ano. O aumento na
previsão de receita ocorreu em meio a uma expectativa de embarques ainda
maiores, para o recorde de 77 milhões de toneladas do grão.
As exportações de soja, o principal produto da pauta exportadora do
Brasil, responderão pela maior parte do valor obtido pelo setor, ou 30,8
bilhões de dólares, também aumento de cerca de 20% na
comparação anual, segundo a Abiove, que indicou um crescimento de 13% no volume de embarques ante 2017.
O preço médio da exportação de soja do Brasil, que até setembro havia
somado quase 70 milhões de toneladas —sendo 55 milhões de toneladas
para a China—, foi visto em 400 dólares por tonelada, ante 377 dólares
no ano passado. O faturamento das exportações de farelo de soja deve crescer ainda
mais, com aumento de mais de 30% ante 2017, para 6,5 bilhões de
dólares em 2018, também com maiores volumes (16,75 milhões de
toneladas, alta de mais de 15%) e preços (+11%).
A receita com as exportações de óleo de soja do Brasil deverão recuar
para 980 milhões de dólares, ante pouco mais de 1 bilhão de dólares em
2017, com preços mais baixos do produto exportado.
A exportação do complexo soja (grão, farelo e óleo) do Brasil foi
vista em 33,7 bilhões de dólares em 2019, segundo a Abiove, em sua
primeira estimativa para o próximo ano. Essa queda na comparação com o recorde de 2018 ocorreria com a
associação apontando menores volumes e preços mais baixos para todos os
produtos exportados em 2019, com exceção da cotação do óleo, que ficaria
estável no próximo ano.
Considerando somente a exportação do grão, o montante ficaria em 27,3
bilhões de dólares, com a associação vendo uma queda de mais 5 milhões
de toneladas nos embarques em 2019, após um ano em que as vendas do
Brasil foram bastante beneficiadas pela China, que optou pela soja
brasileira em detrimento da dos EUA, diante da taxa de 25% imposta por Pequim ao produto norte-americano, em um importante
movimento da guerra comercial entre os dois países.
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