O Porto
do Itaqui deu um passo importante para se tornar mais competitivo e viabilizar
a retomada da linha regular de contêineres. Um acordo firmado entre a Pedreiras
Transporte e os sindicatos das três categorias de trabalhadores portuários
(conferentes, arrumadores e estivadores), garantindo tarifa única para
movimentação desse tipo de carga, associado ao interesse do mercado, pode
determinar a breve retomada dessa operação, com potencial para movimentar 1.800
contêineres/mês. A informação é da Empresa Maranhense de Administração
Portuária (EMAP).
“Esse é um momento único, um encontro
histórico que viabiliza essa operação que é um anseio da comunidade portuária,
sobretudo dos donos de carga”, disse o diretor comercial e financeiro da
Pedreiras Transporte, Antônio José Jansen Pereira. “A EMAP, como autoridade
portuária, criou todas as condições para que esse acordo fosse firmado com a
classe trabalhadora, parte mais importante nesse processo, porque abre postos
de trabalho no âmbito do OGMO”, explicou. A OGMO é o Órgão Gestor de Mão de
Obra do Porto do Itaqui.
O acordo integra um esforço conjunto
para a retomada dessa operação no Itaqui e inclui a participação da EMAP, com
investimentos em infraestrutura no Porto do Itaqui e da Intrading Global
(negócios internacionais), que representa sete empresas dos setores de
serviços, home center, supermercados e indústrias de produtos de limpeza. “A
retomada da linha de contêiner é fundamental para o atual momento que o
Maranhão vive, atraindo mais negócios e diminuindo o custo logístico para as
empresas maranhenses. Nesse cenário o Porto do Itaqui consolida a sua
competitividade no mercado e o papel do porto público como fomentador de
desenvolvimento, geração de negócios e empregos para o estado”, afirmou o
presidente da EMAP, Ted Lago.
Segundo o presidente do Sindicato dos
Estivadores, a categoria está vivendo um momento único. “Voltamos a sentir
alegria de estar na operação, de trabalhar e manter a produtividade”, disse.
“Tudo isso vai levar a uma maior movimentação de cargas no porto público do
Itaqui e isso é apenas o começo de uma nova etapa de melhorias”, afirmou o
presidente do Sindicato dos Conferentes, Albert Diniz.
Com o mesmo entusiasmo o presidente
do Sindicato dos Arrumadores, Carlos Magno, disse que espera mais serviço e
desenvolvimento. “É um sonho ver a EMAP, os sindicatos, operadores e armadores,
todos juntos. E quando isso acontece a tendência é crescer”, completou.
De acordo com o sócio do Grupo
Dimensão, Murillo Palácio, a viabilização da linha regular de contêineres é de
grande importância para o desenvolvimento do comércio e da indústria local e
regional. “Dessa forma a gente garante uma competitividade maior e um melhor
retorno para a sociedade, com preço justo. Nós podemos crescer e o Maranhão
também”, afirmou.
O projeto de ampliação da
infraestrutura portuária para armazenagem de contêineres da EMAP contempla uma
área de 20.250 metros quadrados com capacidade estática para 1.341 TEUS. Foram
investidos R$ 10 milhões na obra de engenharia e outros R$ 9 milhões serão
investidos na reestruturação do sistema elétrico.
De forma integrada, o Estado trabalha
no adensamento de cadeias produtivas, de modo a viabilizar a movimentação de
contêineres na ferrovia, o que possibilitará um aumento significativo do volume
de cargas, inclusive com grande potencial de escoamento de carne refrigerada
conteinerizada.
As linhas regulares de contêineres se
estabelecem quando existe equilíbrio entre entrada e saída de cargas de um
mercado, possibilitando custos competitivos, sem o chamado “frete morto”.
Historicamente, as linhas regulares que se estabeleceram no Porto do Itaqui
foram atraídas para atender a movimentação de cargas âncoras, como o níquel e
alumínio, além de cargas de projetos, que são sazonais.
A finalização de grandes projetos no
Maranhão e a descontinuidade na produção de alumínio tiveram um impacto
significativo nos volumes movimentados. Sem as cargas âncoras os custos
logísticos para os clientes ficaram altos, e o volume, insuficiente para manter
a atratividade perante os armadores, que suspenderam as linhas.
Os armadores continuaram demonstrando
interesse em retomar essas linhas, mas para isso o mercado local precisava
garantir um volume mínimo aceitável pelo armador, o que está ocorrendo agora
com o grupo de sete empresas interessadas no negócio.
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