A movimentação crescente de cargas no
Porto do Rio Grande, no Sul do estado, ganhará um novo impulso a partir desta
quinta-feira (25). A dragagem de manutenção do canal de acesso receberá ordem
de início, em cerimônia que terá a presença do ministro dos Transportes, Portos
e Aviação Civil, Valter Casimiro.
A operação prevê a retirada de cerca
de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos depositados no canal. Ela será
integrada ao SiMCosta, um sistema que utiliza boias especiais para medir as
correntes marítimas e monitorar o material dragado. Com duração prevista de dez
meses, a dragagem será realizada pelo consórcio das empresas Jan De Nul e
Dragabrás e contará com investimento de cerca de R$ 300 milhões do governo
federal.
De acordo com o
diretor-superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, a execução da
dragagem fará com que o porto mantenha a capacidade plena de movimentação de
cargas. “Todos os contratos poderão ser cumpridos sem atrasos e dentro da cota
máxima do calado de 12,8 metros de profundidade”, comemora. “O setor produtivo
inteiro será atendido, inclusive a próxima safra de soja. Com a segurança de
navegação proporcionada pela dragagem, o Rio Grande do Sul alcançará um novo
patamar de competitividade frente a outros Estados.”
O contrato para a obra foi assinado
em 2015 pela União e, a partir daí, mobilizou o governo do Estado, a Secretaria
dos Transportes e a Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) para a
obtenção da licença do Ibama. Um grupo de trabalho foi criado para atender
todos os critérios técnicos e ambientais. O plano de dragagem foi aprovado em
maio deste ano e, desde então, aguardava a contratação da empresa responsável
pela fiscalização e a disponibilidade orçamentária por parte do governo
federal.
“Contamos com a parceria essencial
dos técnicos da Superintendência, da Fundação Universidade de Rio Grande
(Furg), da Secretaria de Portos do governo federal e do Instituto Nacional de
Pesquisa Hidrográfica (INPH). Cercamo-nos de um qualificado corpo técnico,
condizente com esse projeto prioritário para a logística do Rio Grande do Sul”,
destaca o secretário estadual dos Transportes, Humberto Canuso. “Tivemos,
ainda, o apoio imprescindível dos ministros-chefes Carlos Marum [Secretaria
Geral de Governo] e Eliseu Padilha [Casa Civil] e do ministro dos Transportes
Valter Casimiro, que entenderam a urgência da realização da dragagem para a
economia gaúcha”, completou.
Após finalizada a dragagem de
manutenção, o Porto do Rio Grande poderá receber navios com até 365 metros de
comprimento – 29 a mais em comparação às embarcações que atualmente acessam o
canal. Para isso, serão entregues os estudos necessários para que a Marinha do
Brasil homologue o novo calado do Superporto. “Será nossa prioridade, tão logo
encerrada a obra”, salienta o superintendente Janir Branco. “Passaremos de um
calado de 12,8 para 14 metros, ampliando ainda mais nossa capacidade de
movimentação de cargas.”
Em setembro deste ano, o complexo
portuário de Rio Grande registrou recorde histórico de movimentação. Pela
primeira vez, um único mês alcançou mais de 4,3 mil toneladas. No acumulado do
ano, o porto soma de janeiro a setembro 32,1 milhões de toneladas – aumento de
3,4% quando comparado ao mesmo período de 2017. O complexo soja (óleo, farelo e
grão) soma mais de 12,8 milhões de toneladas, crescendo 8,7% no período
analisado. Até 30 de setembro, foram 2,4 mil viagens de embarcações, uma média
de oito embarcações por dia.
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