Em
Santa Catarina, o setor portuário privado desafia o cenário econômico nacional
e demonstra potencial para o crescimento da movimentação e do escoamento de
cargas no estado. Segundo levantamento feito pela Associação dos Terminais
Portuários Privados (ATP), para 2019, já estão previstos investimentos de mais
de R$ 530 milhões para implantação e ampliação de terminais de uso privado
(TUP). Os investimentos incluem ainda duas instalações portuárias de turismo. Ao todo, o
Estado conta com 12 terminais privados, dos quais, oito respondem por
investimentos de R$ 1,8 bilhão nos últimos 5 anos.
O
diretor-presidente da ATP, Murillo Barbosa, avalia que é preciso reconhecer que a
atuação do setor portuário privado ultrapassa a gestão logística para o
escoamento da produção nacional ou recepção de cargas estrangeiras. “O segmento
de portos privados pode ser visto como um dos responsáveis diretos pelo
desenvolvimento socioeconômico, por meio da geração de empregos, de renda e de
tributos, aquecendo a economia do estado e da região”, destaca.
Na
sexta posição econômica do Brasil, Santa Catarina confirma uma trajetória
ascendente de empreendimentos dos portos privados. Como exemplo desta vocação,
Barbosa ressalta a performance dos TUPs para o impulsionamento da economia
local. “Ao Norte do estado, o Porto de Itapoá, por exemplo, dobrou sua
capacidade. Inaugurado em 2011, a primeira expansão do porto começou a operar,
em agosto deste ano, passando para 1,2 milhão de teus/ano.
O investimento de R$
360 milhões, que incluiu a ampliação do pátio em 100 mil m² e o acréscimo de
170 metros ao píer, criou ainda 300 novos empregos”, informa. A perspectiva é
que, até ao fim das ações de expansão previstas, seja atingida a marca de 1,3
mil postos de trabalho.
Desde
a Lei de Modernização dos Portos, de 1993, Santa Catarina foi o primeiro a
obter a autorização para instalação de um TUP especializado na movimentação de
containers do país, o Portonave, em Navegantes. Inaugurado em outubro de 2007,
o Terminal iniciou suas operações para o escoamento da produção das regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e de outros países da América do Sul,
além da recepção de cargas internacionais, consolidando-se, ainda, como o maior
terminal de container da Região Sul e o segundo maior do país, com 11,5% do
total nacional. Ano passado, da movimentação total de 25 milhões de toneladas
de cargas do estado, 66% corresponderam aos containers.
De acordo com os resultados
apresentados pelo relatório da Confederação Nacional de Transporte (CNT), Santa
Catarina poderia ter uma performance ainda melhor se a infraestrutura logística
ainda não tivesse tantos a desafios a enfrentar, devido a carência de
investimentos estratégicos nas malhas ferroviária e rodoviária. O levantamento
aponta que no estado há 71 projetos de pequeno, médio e grande porte, sendo 39
ferroviários e 32 rodoviários, que precisam ser tocados para garantir mais
eficiência logística para os transportadores brasileiros. São obras esperadas
relativas a recuperação e construção de ferrovias, de adequação e duplicação de
rodovias que cortam o território catarinense.
Estes e outros dados do setor portuário privado serão discutidos durante o V
CIDESPORT, realizado pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), entre
os dias 30 de outubro e 1 de novembro. O evento propõe um encontro entre a
comunidade científica e gestores portuários para um debate propositivo sobre o
desempenho do setor e o incentivo a adoção de boas práticas para a melhoria de
serviços, à luz da realidade do Brasil e de experiências internacionais.
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