A greve
dos caminhoneiros, que paralisou o transporte rodoviário de cargas por 11 dias
no final de maio, diminuiu a produtividade do trabalho da indústria no
segundo trimestre. Segundo estudo divulgado nesta terça-feira (9)
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador recuou 3,4% de abril
a junho na comparação com o trimestre anterior (janeiro a março).
De acordo com a CNI, a queda
interrompeu a tendência de alta observada desde o segundo trimestre de 2016. A
entidade, no entanto, informou que a queda foi atípica e que a produtividade da
indústria deve voltar a crescer nos próximos trimestres, refletindo o aumento
da eficiência dos últimos anos.
Mesmo com o recuo no segundo
trimestre deste ano, a produtividade do trabalho na indústria de transformação
acumula crescimento de 5,5% na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e
o segundo de 2018. Segundo a CNI, o indicador acumula alta de 9,1% nos últimos
cinco anos (2012–2017).
No ano passado, a produtividade do
trabalho na indústria cresceu 4,3% e ficou 2,3% superior à média dos principais
parceiros comerciais do Brasil em 2017. No grupo de países que comerciaram com
o Brasil, apenas a Coreia do Sul registrou crescimento maior: 5,8%. A Holanda
apresentou desempenho semelhante ao brasileiro (aumento de 4,2% da
produtividade), seguidos por Argentina (3,8%) e pelo Japão (3,3%). A
produtividade do trabalho é medida como o volume produzido dividido pelas horas
trabalhadas na produção.
O crescimento de 9,1% da
produtividade do trabalhador na indústria brasileira entre 2012 e 2017 foi
igual ao da Coreia do Sul. Apenas França, Alemanha e Holanda, com ganho de
produtividade em torno de 10%, superaram os dois países. No entanto, no
acumulado da década, de 2007 a 2017, a produtividade da indústria nacional
acumula queda de 1,8% em relação à média dos parceiros.
Segundo a CNI, mesmo com o
crescimento na comparação com os parceiros comerciais nos anos mais recentes, o
Brasil precisa avançar mais. Para a entidade, o país precisa superar gargalos
para melhorar a competitividade, como o aumento da qualidade da educação e a
ampliação dos investimentos em ciência e tecnologia.
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