O consórcio espanhol Compañia Oriental de
Desarrollo e Inversiones (Codi) apresentou ao governo do Estado do Rio Grande
do Sul projeto para a construção de um porto de águas profundas. A informação
foi divulgada pela publicação Ecos Uruguay, de Montevidéu, nesta terça-feira,
21. O governo gaúcho não comentou a notícia.
Caso se confirme a execução no Brasil, o projeto será instalado na praia
de Hermenegildo, distante poucos quilômetros da Barra do Chuí, que separa o
Brasil do Uruguai e a aproximadamente 200 quilômetros de Rio Grande, hoje o
único terminal marítimo do Estado. A matéria indica que o provável terminal de
águas profundas deverá receber navios com menos de 60 mil toneladas de cargas
que operam na região e que dali serão transbordadas e levadas para outros portos que
operam embarcações de até 300 mil toneladas, de onde sairão para o destino
final.
. A ideia inicial do consórcio era
construir o terminal no Uruguai. Por isso, a proposta foi apresentada durante o mandato do
ex-presidente José Mujica, com o nome de Projeto Aurora e pretendia se
instalar na zona de La Angostura. O poder executivo uruguaio, no entanto,
desestimulou a proposta, com aval do parlamento. Segundo estudo do Observatorio
Minero del uruguay, diversas consultorias indicaram que o terminal, destinado,
especialmente à exportações minerais, não seria viável nas condições
apresentadas pelos investidores espanhóis. Além disso, o consórcio também não seria bem avalizado pelas autoridades de Montevidéu, revelaram fontes do segmento portuário e logístico.
Mas, mesmo que o negócio com o consórcio
ibérico tenha sido descartado pelo governo uruguaio, a intenção de estimular a
construção de um complexo portuário no litoral norte do país está mantida. São
apontadas áreas nos cabos de Santa Maria e Polonia, próximos a fronteira com o
Brasil, como localizações adequadas. O novo porto, inclusive, está previsto em
legislação aprovada pelo congresso uruguaio.
Segundo o mesmo informe, estudos encomendados pelo parlamento já fizeram
levantamentos topográficos, análises geofísicas e outras avaliações, visando a
implementação do porto. O Ministério de Transporte e Obras Públicas igualmente realizou estudos neste sentido, abrangendo questões
ambientais, legais, econômicas e de facilidades. Há consenso entre as
autoridades nacionais de que a médio ou longo prazo será preciso erguer um novo
complexo portuário no Uruguai.
O projeto do novo terminal marítimo não tem ligação com a proposta de construir um mega porto no norte do Uruguai que foi revelada há alguns anos. A obra, que acabou descartada seria financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que provocou reações contrárias nos meios político e empresarial do Rio Grande do Sul.
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