quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Consórcio espanhol propõe ao governo gaúcho a construção de um terminal marítimo na fronteira com o Uruguai


          O consórcio espanhol Compañia Oriental de Desarrollo e Inversiones (Codi) apresentou ao governo do Estado do Rio Grande do Sul projeto para a construção de um porto de águas profundas. A informação foi divulgada pela publicação Ecos Uruguay, de Montevidéu, nesta terça-feira, 21. O governo gaúcho não comentou a notícia.
          Caso se confirme a execução no Brasil, o projeto será instalado na praia de Hermenegildo, distante poucos quilômetros da Barra do Chuí, que separa o Brasil do Uruguai e a aproximadamente 200 quilômetros de Rio Grande, hoje o único terminal marítimo do Estado. A matéria indica que o provável terminal de águas profundas deverá receber navios com menos de 60 mil toneladas de cargas que operam na região e que dali serão transbordadas e levadas para outros portos que operam embarcações de até 300 mil toneladas, de onde sairão para o destino final.
.          A ideia inicial do consórcio era construir o terminal no Uruguai. Por isso, a proposta foi apresentada durante o mandato do ex-presidente José Mujica, com o nome de Projeto Aurora e pretendia se instalar na zona de La Angostura. O poder executivo uruguaio, no entanto, desestimulou a proposta, com aval do parlamento. Segundo estudo do Observatorio Minero del uruguay, diversas consultorias indicaram que o terminal, destinado, especialmente à exportações minerais, não seria viável nas condições apresentadas pelos investidores espanhóis. Além disso, o consórcio também não seria bem avalizado pelas autoridades de Montevidéu, revelaram fontes do segmento portuário e logístico.
          Mas, mesmo que o negócio com o consórcio ibérico tenha sido descartado pelo governo uruguaio, a intenção de estimular a construção de um complexo portuário no litoral norte do país está mantida. São apontadas áreas nos cabos de Santa Maria e Polonia, próximos a fronteira com o Brasil, como localizações adequadas. O novo porto, inclusive, está previsto em legislação aprovada pelo congresso uruguaio.
          Segundo o mesmo informe, estudos encomendados pelo parlamento já fizeram levantamentos topográficos, análises geofísicas e outras avaliações, visando a implementação do porto. O Ministério de Transporte e Obras Públicas igualmente realizou estudos neste sentido, abrangendo questões ambientais, legais, econômicas e de facilidades. Há consenso entre as autoridades nacionais de que a médio ou longo prazo será preciso erguer um novo complexo portuário no Uruguai.
          O projeto do novo terminal marítimo não tem ligação com a proposta de construir um mega porto no norte do Uruguai que foi revelada há alguns anos. A obra, que acabou descartada seria financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que provocou reações contrárias nos meios político e empresarial do Rio Grande do Sul.

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