O
ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse hoje, 14, que o Brasil é mais
resistente à volatilidade do dólar do que a Turquia, que vem enfrentando
desvalorização de sua moeda após crise com os Estados Unidos. A crise entre os
dois países envolve o pastor norte-americano Andrew Brunson, preso na Turquia
desde 2016, acusado de espionagem. Para os Estados Unidos, ele é um refém
político que deve ser libertado imediatamente.
“O Brasil tem uma situação muito
diferente [da Turquia], porque as nossas contas externas estão em situação
bastante robusta, então o país não tem dívida externa. Na realidade, o setor
público é credor em dólar, as reservas são superiores à dívida, o setor privado
tem dívida menor, e nós temos uma posição de reserva internacional grande, déficit
pequeno em conta corrente, financiado por investimento direto estrangeiro”,
disse o ministro.
De acordo com Guardia, a Turquia tem situação externa pouco confortável, já que acumula um déficit elevado em transação corrente, que não é financiado por investimento estrangeiro direto, além de uma dívida externa de mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) e reservas internacionais em torno de 10% do PIB.
De acordo com Guardia, a Turquia tem situação externa pouco confortável, já que acumula um déficit elevado em transação corrente, que não é financiado por investimento estrangeiro direto, além de uma dívida externa de mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) e reservas internacionais em torno de 10% do PIB.
O Banco Central da Turquia anunciou,
nessa segunda-feira, o aporte de US$ 6 bilhões no sistema financeiro do país,
para garantir a liquidez dos bancos e interromper a queda da lira turca em
relação ao dólar. “Não obstante, eu sempre chamo a atenção, nesses momentos em
que a gente olha maior volatilidade do cenário internacional, da absoluta
necessidade da continuidade do processo de reformas estruturais, particularmente
da consolidação fiscal”, disse Guardia. Para ele, isso deve assegurar a
capacidade de maior resiliência da economia brasileira a crises internacionais.
Questionado sobre a impotência do
governo diante da incerteza de investidores por causa do cenário eleitoral, o
ministro disse que é natural que haja mais dúvidas em momentos assim. “Agora,
até por isso, é fundamental a gente reforçar os fundamentos da economia
brasileira. Quanto mais sólidos forem, menor será a preocupação com o processo
de transição política. Isso faz parte da democracia em qualquer país; em
qualquer lugar do mundo há alternância de poder”, disse, ao reafirmar a
importância da consolidação fiscal.
Em relação a uma possível ação do
Banco Central para conter a alta do dólar, Guardia lembrou que houve uma
intervenção há cinco semanas porque o governo entendeu que, naquele momento,
havia excesso de volatilidade e uma disfuncionalidade dos mercados de câmbio e
juros. “Não é o que estamos observando neste momento, é uma desvalorização que
afetou outras moedas também, vamos aguardar os acontecimentos, continuaremos a
monitorar o mercado com muita atenção”.
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