O Porto
de Santos manteve a liderança nas exportações de café no País. Nos primeiros
sete meses do ano, o complexo portuário foi responsável pelo embarque de 82,9%
das vendas nacionais do grão, o que equivale a 14 milhões de sacas de 60 quilos
de café. Embora seja destaque no cenário de exportação, o cais santista reduziu
a movimentação em 3,99% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados fazem parte do relatório
mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O levantamento
aponta que, no Brasil, as exportações de café cresceram 24,2% em julho, na
comparação com o mesmo mês de 2017. Neste ano, País exportou em julho um total
de 2,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e
torrado & moído.
A principal justificativa para a
retração da exportação em Santos está ligada ao crescimento da safra do café
tipo robusta, também conhecido por conilon. Nos últimos anos, o Brasil não
produziu quantidade suficiente para concorrer com países como o Vietnã. Nos
primeiros meses de 2017, foram exportados 138 mil sacas do produto. Agora, a
movimentação já ultrapassou as 872 mil sacas. E a saída da mercadoria vem
aumentando no Porto de Vitória, no Espírito Santo.
“A produção deste café acontece no
norte do Espírito Santo, no sul da Bahia e em Rondônia. Por estarem mais perto
de Vitória, a exportação têm aumentado naquele porto devido ao frete”, explica
o coordenador da Câmara Setorial de Exportadores de Café, da Associação Comercial
de Santos (ACS), Moacir Delfim Leite Soares. Com embarque de 265 mil sacas até
julho, o complexo de Vitória teve um aumento de 365% de movimentação em relação
ao ano passado.
Soares afirma que a produção nacional
superou as expectativas, mas o relatório de julho ainda aponta reflexos da
greve dos caminhoneiros. Até o momento, 70% da colheita do café já foi
realizada e o balanço de agosto deve ser melhor.
Apesar da expectativa positiva, o
representante da Associação Comercial de Santos acredita que o setor deve
enfrentar outra dificuldade daqui para frente. “Temos enfrentado problemas com
a disponibilidade de espaço nos navios. Há a dificuldade de se arrumar espaço.
Temos o produto, mas não temos navios”, avalia Soares, que considera que essa
situação deva se estender nos próximos meses.
Entre as variedades embarcadas no mês
passado, o café arábica se manteve na liderança, com 71,7% do volume total de
exportações (1,7 milhão de sacas), seguido do conilon (15,8% com 367 mil sacas)
e do café solúvel (12,5% e 291 mil sacas).
Os principais destinos do café
brasileiro continuam sendo os complexos portuários dos Estados Unidos, da
Alemanha, da Itália, do Japão e da Bélgica, que levam, respectivamente 17,2%,
15,9%, 9,1%, 7% e 6% do volume total exportado no período.
O levantamento da Cecafé também
aponta decréscimo no preço médio do café. O índice de queda foi de 10.8%. Em
julho, a saca custava um total de US$ 144,96 enquanto no mesmo mês do ano
passado, a média chegou a US$ 164,42.
Nenhum comentário:
Postar um comentário