sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Grupo paraguaio Fénix denncia discriminação na licitação para operar o terminal fluvial de Posadas


           Os empresários paraguaios Ramón Alamo e Rubén Almirón, do Grupo Fénix, foram ao Palácio do Governo da Província de Missiones denunciar terem sido discriminados e exigiram que os motivos para que a licitação para operar o Porto de Posadas tenha sido declarada nula seja explicada. Eles alegaram que cumpriram todos os requisitos, por isso não entendem a decisão.
          “Nosso entendimento é de que interesses relacionados ao transporte terrestre provincial acabaram prevalecendo aos critérios legais. Provavelmente optaram por implantar um terminal apenas de cabotagem e não o que efetivamente deveria ser, como constava no edital”, afirmaram os empresários.
            Os dirigentes do Grupo Fénix questionaram a falta de conhecimento da atividade portuária pelos examinadores. “Temos que ter um interlocutor técnico que conheça o funcionamento de um porto. O governo provincial não conta com profissionais técnicos para isso. O que vimos foi uma pressão pública para ter um porto, porém interesses econômicos diversos prevaleceram”, criticaram.
          Segundo os empresários, a resposta por escrito que receberam do governo de Misiones, informando que foram desqualificados e que a licitação foi suspensa não tem fundamentos técnicos. “Não aceitamos a falta de esclarecimentos, porque não houve de fato exame técnico da nossa proposta, por isso queremos mostrar como as coisas aconteceram para a opinião pública”, destacaram. Advertiram, ainda, a gravidade da situação, inclusive porque envolve relações bilaterais entre dois países.
            Para comprovar sua idoneidade e domínio sobre o segmento, os dois executivos mostraram que o Grupo Fénix tem um porto próprio em Asunção e opera terminais em Rosário, Zárate, Buenos Aires, Montevidéu, Formosa e Corrientes. “Nossa experiência é amplamente comprovada, então queremos que a decisão seja adequadamente explicada pelo Governo de Missiones”, sustentaram Alámo e Almirón.
            “Quando foi lançado o edital, o Ente Provincial Portuário, por meio do ministro de Indústria, Luís Lichowski, já havia nos avisado de maneira ambígua, sem profunda fundamentação sobre como seria o projeto e a escolha do vencedor”, acusaram os paraguaios. Eles explicaram que mesmo assim decidiram participar “de boa fé”.
           Procurado, o ministro Lichowski garantiu a lisura do processo e que não houve nenhum tipo de pressão. “Desconheço qualquer referência, ou pedido, relativo a licitação por parte de algum grupo econômico. Me sinto tranqüilo e asseguro que trabalho com absoluta liberdade”, disse.
          “No dia em que se tomou a decisão de anular a licitação, isto foi feito com toda a comissão técnica, não foi de modo açodado”, pontuou o ministro. “Examinamos amplamente o tema, travamos diálogo com as partes interessadas durante um mês, fizemos consultas e houve participação de vários segmentos, medidas que garantem a lisura da decisão”, observou. “Tudo feito para que o Porto de Posadas venha a ser operado da melhor maneira possível”, acrescentou.

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