Os empresários paraguaios Ramón Alamo e Rubén
Almirón, do Grupo Fénix, foram ao Palácio do Governo da Província de Missiones
denunciar terem sido discriminados e exigiram que os motivos para que a
licitação para operar o Porto de Posadas tenha sido declarada nula seja
explicada. Eles alegaram que cumpriram todos os requisitos, por isso não
entendem a decisão.
“Nosso entendimento é de que interesses relacionados ao transporte
terrestre provincial acabaram prevalecendo aos critérios legais. Provavelmente
optaram por implantar um terminal apenas de cabotagem e não o que efetivamente
deveria ser, como constava no edital”, afirmaram os empresários.
Os dirigentes do Grupo Fénix questionaram a falta de conhecimento da
atividade portuária pelos examinadores. “Temos que ter um interlocutor técnico
que conheça o funcionamento de um porto. O governo provincial não conta com
profissionais técnicos para isso. O que vimos foi uma pressão pública para ter
um porto, porém interesses econômicos diversos prevaleceram”, criticaram.
Segundo os empresários, a resposta por escrito que receberam do governo
de Misiones, informando que foram desqualificados e que a licitação foi
suspensa não tem fundamentos técnicos. “Não aceitamos a falta de esclarecimentos,
porque não houve de fato exame técnico da nossa proposta, por isso queremos
mostrar como as coisas aconteceram para a opinião pública”, destacaram.
Advertiram, ainda, a gravidade da situação, inclusive porque envolve relações
bilaterais entre dois países.
Para comprovar sua idoneidade e domínio sobre o segmento, os dois
executivos mostraram que o Grupo Fénix tem um porto próprio em Asunção e opera
terminais em Rosário, Zárate, Buenos Aires, Montevidéu, Formosa e Corrientes.
“Nossa experiência é amplamente comprovada, então queremos que a decisão seja
adequadamente explicada pelo Governo de Missiones”, sustentaram Alámo e
Almirón.
“Quando foi lançado o edital, o Ente Provincial Portuário, por meio do
ministro de Indústria, Luís Lichowski, já havia nos avisado de maneira ambígua,
sem profunda fundamentação sobre como seria o projeto e a escolha do vencedor”,
acusaram os paraguaios. Eles explicaram que mesmo assim decidiram participar
“de boa fé”.
Procurado, o ministro Lichowski garantiu a lisura do processo e que não
houve nenhum tipo de pressão. “Desconheço qualquer referência, ou pedido,
relativo a licitação por parte de algum grupo econômico. Me sinto tranqüilo e
asseguro que trabalho com absoluta liberdade”, disse.
“No dia em que se tomou a decisão de anular a licitação, isto foi feito
com toda a comissão técnica, não foi de modo açodado”, pontuou o ministro.
“Examinamos amplamente o tema, travamos diálogo com as partes interessadas
durante um mês, fizemos consultas e houve participação de vários segmentos,
medidas que garantem a lisura da decisão”, observou. “Tudo feito para que o
Porto de Posadas venha a ser operado da melhor maneira possível”, acrescentou.
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