segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Estaleiro Atlântico Sul negocia novos contratos com a Petrobras


          O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em busca de novas encomendas que possibilitem a sua sobrevivência, deu um passo decisivo no processo de conclusão dos navios contratados pela Petrobras. O empreendimento iniciou o último corte de chapa dessa série de embarcações, o que, na visão do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), poderia abrir caminho para as primeiras desmobilizações.
           O EAS garante, por sua vez, que não haverá demissões pelo menos até o fim deste ano e ainda diz que talvez elas nem aconteçam, pois um novo negócio estaria prestes a ser fechado. “Estamos trabalhando em um projeto novo que prevê no mínimo quatro navios de cabotagem. E isso está bem avançado”, garantiu o presidente do EAS, Harro Burmann, contando que essa série de embarcações está sendo negociada com a iniciativa privada e não mais com a Petrobras.
           Segundo ele, se realmente for conquistada, essa encomenda pode dar uma sobrevida de pelo menos mais dois anos para o estaleiro pernambucano. Mas admitiu que essas embarcações são menores que as que têm sido produzidas para a Petrobras. Por isso, é possível que o quadro de pessoal do EAS, que hoje emprega 3,3 mil pessoas, fique menor no próximo ano, caso os contratos do empreendimento se limitem a essa série destinada à cabotagem.

          Mesmo assim, Burmann garantiu que não estão previstas demissões no curto prazo dentro do EAS. Ele disse que, caso alguma das etapas produtivas do estaleiro termine o seu trabalho antes das novas encomendas, como pode acontecer com o corte de chapas, o pessoal será realocado para outros serviços. Além disso, o empreendimento está tentando negociar um programa de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) com o Governo Federal.
           “Estamos nos esforçando ao máximo para garantir a manutenção do emprego. Mas é claro que, se não revertermos a redução do conteúdo local de 40%, não vamos conseguir manter todas as atividades”, ponderou Burmann, dizendo que a virada do ano será decisiva para essa questão do emprego e lembrando que a falta de encomendas está relacionada à política de conteúdo local que reduziu a exigência da participação brasileira nos navios que atuam no País. "É isso que realmente nos preocupa, pois a Petrobras está afretando navios de fora em vez de construir, mantendo os empregos da indústria naval, no Brasil", reclamou Burmann.

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