Em visita
a La Paz, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira,
defendeu nesta terça-feira (21) a manutenção do bloco União de Nações
Sul-Americanas (Unasul), que reúne 12 países (Argentina, Bolívia, Brasil,
Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e
Venezuela) e que vive um momento de divisões internas.
Para o ministro, é necessário superar as divergências políticas e tratá-las em outros âmbitos. "O Brasil se empenha para a manutenção desse sistema de integração. Nós somos apegados à existência da Unasul", afirmou Aloysio Nunes. "[É necessário] afastar as divergências ideológicas, que têm outros terrenos para expressá-las."
Em abril, os governos do Brasil, da
Argentina, da Colômbia, do Chile, do Peru e do Paraguai decidiram suspender a
participação na Unasul. Foi uma reação à resistência de um grupo de países
(Bolívia, Venezuela e Suriname) em nomear o argentino José Octavio Bordón para
o lugar do colombiano Ernesto Samper, que renunciou à secretaria-geral do
bloco. O protesto ao nome do argentino foi liderado pela Venezuela e
acompanhado pela Bolívia e pelo Suriname.
Para o ministro, é necessário superar as divergências políticas e tratá-las em outros âmbitos. "O Brasil se empenha para a manutenção desse sistema de integração. Nós somos apegados à existência da Unasul", afirmou Aloysio Nunes. "[É necessário] afastar as divergências ideológicas, que têm outros terrenos para expressá-las."
Nesta terça-feira, na capital
boliviana, o episódio não foi mencionado. Aloysio Nunes parabenizou o chanceler
da Bolívia, Fernando Huanacuni Mamani, por estar na presidência pro
tempore (temporária) da Unasul e prometeu apoio ao bloco. "Vamos
procurar dialogar de modo a superar os impasses políticos que estão impedindo,
travando, seu funcionamento de modo a manter sua organização e dinamizá-la.
Paralelamente, Aloysio Nunes
e Fernando Huanacuni definiram uma série de parcerias, como a construção
do corredor ferroviário bioceânico, projetos de cooperação técnica nas
áreas de agricultura, gestão de educação, meio ambiente e recursos
hídricos, assim como de segurança nas fronteiras.
O chanceler brasileiro disse que
espera para este ano a "adesão plena" da Bolívia ao Mercosul (bloco
que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está temporariamente
suspensa).
Fernando Huanacuni lembrou que Bolívia
e Brasil têm uma extensa área fronteira, de aproximadamente 3,4 mil
quilômetros. Segundo Huanacuni, ambos os países têm muito em comum, como a
presença de profissionais e estudantes. Só na Bolívia há cerca de 22 mil
universitários brasileiros, muitos deles estudantes de medicina em instituições
locais de ensino. Em 1867, Brasil e Bolívia firmaram o
Tratado de Amizade, Limites, Comércio e Extradição.
Durante a visita a La Paz, Aloysio
Nunes foi condecorado com a Ordem Condor de Los Andes, concedida a estrangeiros
que prestam serviços ao país, e Fernando Huanacuni com a Ordem do
Cruzeiro do Sul, conferida pelo governo brasileiro.
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