As
ameaças protecionistas e a imposição de novas medidas comerciais pelo governo
de Donald Trump já estão sendo sentidas no transporte de carga. Nesta
quarta-feira, 8, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) revelou
números que mostram uma desaceleração importante da expansão de cargas pelo
mundo.
Em junho de 2018, a expansão foi de
apenas 2,7%, em comparação ao mesmo período de 2017. "Isso mantém a
desaceleração do crescimento de carga que começou mais cedo em 2018",
indicou a entidade, num comunicado. No primeiro semestre do ano, a taxa total
de expansão foi de 4,7%, "menos da metade da taxa de crescimento em
2017".
De acordo com a IATA, existe uma
"desaceleração estrutural nas condições do comércio global". Isso
teria ficado claro com índices de encomendas que apontam para os resultados
mais fracos desde 2016. "As ordens de exportação de fábricas tem sido
negativas na China, Japão e EUA", aponta.
"Ainda esperamos um crescimento
do transporte aéreo de carga de 4% ao longo do ano", disse o CEO da IATA,
Alexandre de Juniac. "Mas a deterioração do comércio mundial é uma
preocupação real", disse.
"Enquanto o transporte aéreo é
de alguma forma isolado da atual rodada de barreiras tarifárias, uma escalada
da tensão comercial que resulte em uma produção local e consolidação das
cadeias de produção globais poderia mudar a previsão de forma significativa
para pior", alertou.
"Guerras comerciais jamais geram
vencedores", insistiu o CEO. "Governos precisam se lembrar que a
prosperidade vem do incentivo ao comércio, não criando barricadas às
economias", completou.
A entidade que reúne as maiores
empresas aéreas do mundo admite que o ponto mais alto do ciclo de expansão já
foi superado. "A questão chave é saber a dimensão da queda estrutural para
o crescimento do transporte de cargas, em especial no contexto de medidas
protecionistas cada vez maiores", alertou o grupo.
A guerra comercial que eclodiu com as
decisões tomadas pelo governo americano de Donald Trump terá consequências mais
graves que o que o mercado hoje avalia. O alerta faz parte de um informe
preparado pela empresa de investimentos, PIMCO, com base em avaliações
prestadas por alguns dos maiores nomes das finanças da última década.
O informe é assinado por Ben
Bernanke, ex-presidente do FED, Jean Claude Trichet, ex-presidente do Banco
Central Europeu, Gordon Brown, ex-primeiro-ministro britânico e outros nomes de
peso da política internacional. O documento que serve de alerta aos
investidores deixa claro; a tensão é mais preocupante que parece.
Para eles, existe um "maior
risco de deterioração no entorno comercial entre EUA e China que o que sugerem
os preços dos mercados". O grupo ainda prevê "tensões prolongadas e a
possibilidade de que se intensifiquem e recrudesça de forma imprevista".
Mas também alerta que "qualquer desafio ao modelo de crescimento do
capitalismo de estado da China encontrará uma firme resistência".
Para o grupo, Trump não é o único
responsável pela tensão e que existiriam fatores "em ambos os lados para
que prossigam as hostilidades e atitudes negativas no âmbito comercial". Não
se nega que poderá haver "um desacordo entre EUA e China que poderá levar
o mundo à beira do desmantelamento do sistema de comercial
internacional". (imagem do Porto de Long Beach, EUA)
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