O ministro também deve buscar aproximação com representantes do governo chinês para discutir a sobretaxa imposta ao frango brasileiro no início deste mês — a China acusa a prática de dumping (preços abaixo do custo de produção), o que é negado pelas autoridades brasileiras. As duas frentes da missão despertam expectativas do mercado catarinense porque Santa Catarina é o maior exportador de carne suína do país e ocupa a segunda posição na exportação de frango.
Episódios recentes, como a greve
dos caminhoneiros, e a Operação Trapaça, que em março trouxe à tona
novas suspeitas de fraude contra a fiscalização sanitária, agravaram o
quadro em todo o agronegócio catarinense. Previsões pouco animadoras são
compartilhadas por entidades como o Sindicato das Indústrias de Carnes e
Derivados de SC (Sindicarne) e a Associação Catarinense de Avicultura
(Acav) caso os embargos sejam mantidos.
—Será uma grande oportunidade de o ministro reafirmar nossos interesse no mercado de carne desses dois países. Temos esperança de que seja anunciada a volta da compra da Rússia em relação à carne suína do Brasil, especialmente de Santa Catarina. A Rússia já foi nosso maior cliente — destaca.
O secretário também rejeita a alegação de que a avicultura brasileira pratica dumping e defende que os preços de exportação são reflexo de uma indústria eficiente e competitiva. O mercado chinês, reforça o secretário, é outro importador estratégico para o Estado.
—Mais de 40% do frango de Santa Catarina é exportado e a China é um dos nossos principais clientes. Se o ministro tiver êxito e conseguir reduzir ou eliminar essa sobretaxa, certamente nossa produção será muito beneficiada — conclui.
Produtos de origem animal representam a maior fatia da pauta de exportações de Santa Catarina. Os embarques de carnes, animais vivos e ovos respondem por 30% das vendas internacionais do Estado e por 49% do que o agronegócio exporta. Nos cinco primeiros meses de 2018, segundo dados da Secretaria de Agricultura, o setor trouxe rendimentos de mais de US$ 1 bilhão – sendo US$ 207,3 milhões em maio.
O mercado, no entanto, é sensível a variações dos insumos, como a alta recente no preço do milho, e sofre com as interferências externas. Em abril, por exemplo, o Estado teve queda na exportação suína em relação ao último mês de março (-20,19%) e em relação a abril do ano passado (-4,19%), o que é atribuído principalmente à permanência do embargo na Rússia. Abril também teve baixa nas exportações de frango em relação ao último mês de março (-28,55%) e a abril de 2017 (-17,39%).
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