segunda-feira, 11 de junho de 2018

Ambiente interno provoca prejuízo de US$ 50 milhões para exportadores de calçados


          A paralisação dos caminhoneiros brasileiros gerou prejuízos não somente nas vendas internas de calçados, mas também nas exportações. Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), no mês de maio foram embarcados 6,4 milhões de pares que geraram US$ 56 milhões, quedas de 32,7% e de 45,6%, respectivamente, no comparativo com o maio de 2017 (9,5 milhões e US$ 103 milhões). O número interrompe a recuperação iniciada em abril, quando os embarques aumentaram quase 20% em relação a 2017. Com o resultado de maio, os calçadistas somaram 46,75 milhões de pares e US$ 400,3 milhões em exportações nos cinco primeiros meses do ano, quedas de 5% e de 9,3%, respectivamente, no comparativo com igual ínterim do ano passado.
           O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, ressalta que, além de alguns importantes destinos apresentarem quedas drásticas no mês passado – caso dos Estados Unidos e da Argentina -, influenciou no resultado as paralisações dos caminhoneiros, que provocaram atraso nos embarques e até problemas de produção por falta de matéria-prima. “Dos 121 países que receberam calçados brasileiros em maio, registramos queda em 72”, conta o executivo, ressaltando que o resultado negativo do mês passado deve puxar para baixo as projeções de exportações de calçados em 2018. “Tínhamos uma expectativa de bater o valor registrado em 2017, de US$ 1,09 bilhão em embarques, que provavelmente não irá ser atingida. Foi um mês terrível”, lamenta Klein.
          Entre janeiro e maio deste ano, o Rio Grande do Sul seguiu liderando o ranking de estados exportadores. No período, os fabricantes gaúchos embarcaram 11 milhões de pares por US$ 176,5 milhões, quedas de 3% e de 3,8%, respectivamente, em relação ao mesmo ínterim de 2017. Na sequência, aparece o Ceará, que exportou 18,5 milhões de pares por US$ 100,38 milhões, alta de 1,5% em volume e queda de 5,3% em faturamento em relação a mesmo período do ano passado. O terceiro maior exportador do período foi São Paulo. Amargando forte queda em relação a 2017 (16% em pares e 12% em faturamento), os paulistas embarcaram 6,9 milhões de pares por US$ 46,23 milhões.
          Na parte de cima do ranking de destinos, o único com percentual positivo é a Argentina, apesar de também ter registrado queda isolada em maio. Entre janeiro e o mês passado, os argentinos comparam 4,2 milhões de pares que geraram US$ 64,83 milhões, altas de 17,4% e de 15,4%, respectivamente, em relação a igual período de 2017. Registrando quedas consecutivas desde o início do ano, os Estados Unidos seguem no segundo posto. No período, os norte-americanos compraram 4,27 milhões de pares por US$ 59 milhões, quedas de 9,3% e de 25,4%, respectivamente, na relação com igual ínterim de 2017. O Paraguai, país que importa basicamente calçados praianos com preço médio menor, aparece no terceiro posto, com a importação de 6,68 milhões de pares verde-amarelos por US$ 25,54 milhões, incremento de 16% em volume e queda de 34,4% em receita no comparativo com mesmo período do ano passado.
          A abrupta elevação da cotação do dólar sobre o real não foi suficiente para frear o ímpeto das importações de calçados. Em maio, entraram no Brasil 1,87 milhão de pares por US$ 23,16 milhões, altas de 4,3% e de 0,4%, respectivamente, na relação com mesmo período de 2017. Com isso, as importações dos cinco primeiros meses do ano somaram 12,17 milhões de pares e US$ 153,34 milhões, altas de 16% e de 5% em relação a igual ínterim do ano passado.
           As principais origens seguem sendo os países asiáticos. Somente Vietnã, Indonésia e China respondem por 94% dos calçados importados pelo Brasil. Entre janeiro e maio, foram importados do Vietnã 5 milhões de pares por US$ 83 milhões, altas de 14,8% em volume e de 5,1% em receita no comparativo com 2017. A segunda origem do calçado importado no período foi a Indonésia, de onde partiram rumo ao Brasil 1,63 milhão de pares pelos quais foram pagos US$ 27,53 milhões, alta de 0,4% em volume e queda de 1% em receita em relação a mesmo período do ano passado. Na sequência aparece a China, país que enviou para o Brasil 5,22 milhões de pares por US$ 19,5 milhões, altas de 31,1% e de 25,7%, respectivamente, em relação a igual ínterim de 2017. Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solas etc – as importações chegaram a US$ 25,3 milhões no período, alta de 40,6%. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.


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