Com o objetivo de estimular a volta de investimentos em projetos de exploração de campos de petróleo e gás em áreas terrestres (onshore) foi lançado nesta terça-feira (26) pelo Sistema Firjan (Federação de Indústrias do Rio de Janeiro), o estudo Ambiente Onshore de Petróleo e Gás no Brasil 2018, em parceria com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip).
“Esse é um mercado que pretendemos criar para os fornecedores que
operam no Rio. A motivação é a criação de mercados para os nossos
fornecedores e mais federações [de indústria] foram envolvidas, entre
elas Espírito Santo, Maranhão, Sergipe e Amazonas, no sentido de
construir um mercado que vai demandar das nossas empresas”, afirmou a
gerente de Petróleo, Gás e Naval do Sistema Firjan, Karine Fragoso.
O estudo recebeu contribuições de 15 instituições e quatro empresas
por meio de artigos e de apoio na elaboração da publicação, como o
Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que
elaborou o mapa das áreas terrestres e marítimas que passam a ser
incluídas na oferta permanente anunciada pelo órgão regulador. Houve a participação ainda da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo.
Segundo Karine Fragoso, o trabalho apontou que, embora haja um
cenário de grande potencial econômico para uma região de campos
terrestres, que costuma receber investimentos, o que vem se registrando é
a queda na produção dessas áreas, justamente pela falta de aplicações
em projetos. A gerente lembrou que enquanto há campos da Petrobras em
áreas do pré-sal em que a produção pode chegar a 20 mil barris/dia,
outras em onshore (terrestre) brasileiro, não passam em média de 17 barris/ dia.
Karine Fragoso acrescentou que o esforço agora é trabalhar essas
áreas terrestres para atrair novos investidores que permitam produzir os
efeitos esperados nesses locais até chegar ao óleo, mas passando por
toda a cadeia produtiva. “Aí vai trazer reflexos positivos para todo o
entorno e para o encadeamento produtivo que, no Brasil, sofreu com a
baixa de demanda bastante significativa. Essas empresas tiveram que
reduzir os seus quadros e têm capacidade ociosa capaz de atender ao
mercado”.
Na visão da gerente, a falta de investimentos neste segmento é
resultado não só da queda do preço do barril no mercado global, mas
ainda pelas variáveis de mudança de contexto interno do Brasil e da
Petrobras, que está focando na produção na área do pré-sal. Mas ao mesmo
tempo, ponderou, a decisão da estatal abre espaço para que investidores
de menor porte possam se interessar pelas áreas terrestres que são
menos complexas.
“O ambiente terrestre é uma condição mais amena, menos agressiva que o
offshore [no mar], portanto, uma condição que não demandaria operadoras
não tão grandes, mas as menores. O onshore brasileiro tem uma
capacidade também de construção e estruturação do encadeamento de médias
e pequenas empresas, tanto fornecedoras de bens e serviços, como
investidoras e produtoras de óleo e gás nesse ambiente”, apontou.
Karine destacou que a Colômbia também realizou um projeto de oferta
permanente de áreas em que os investidores podem fazer um lance a
qualquer momento, como a ANP lançou aqui no Brasil e representou um
sucesso. “Isso dinamizou muito a economia da Colômbia no ambiente onshore. A Colômbia, na gíria, está bombando no onshore e, enquanto isso, nós que estávamos no mesmo patamar, neste mesmo período, viemos caindo de produção”, disse.
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