Um
mal-entendido entre a administração do Porto Organizado do Recife, na capital
pernambucana, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
gerou dor de cabeça aos operadores portuários que atuam no terminal. O
imbróglio, que começou no dia 29 de abril, só começou a ser resolvido nessa
segunda-feira (5), mas o clima entre as duas partes ainda era complicado nesta
terça-feira, 7..
A confusão teve início após o
administrador do Porto, Carlos Vilar, enviar uma notificação extrajudicial
solicitando a saída do escritório do Mapa das atuais instalações, alegando
irregularidade. A ordem era de que o espaço aproximadamente 100 m² fosse
liberado em 24h, caso contrário o ministério seria acionado judicialmente. O
Mapa cumpriu a solicitação no dia seguinte, dia 30 de abril, o que gerou a
suspensão temporária dos serviços de vistorias, que antes eram automáticas.
“Dois navios sofreram atrasos na
fiscalização do Mapa. Um de cevada chegou no dia 30 e só foi liberado no domingo,
dia 5. Outro carregado de fertilizante perdeu um dia de operação. Isso pesa no
orçamento porque você paga diversos custos por navio parado que, a depender da
embarcação e da carga, pode custar mais de US$ 25 mil por dia”, avaliou o
consultor do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco (Sindop), João
Poggi.
O administrador do Porto do Recife,
Carlos Vilar, lamentou o mal-entendido e disse estar tomando as medidas
cabíveis para regularizar a situação. “Infelizmente o Mapa interpretou mal a
notificação. Nós apenas queríamos que eles saíssem de uma área que vamos
precisar para criar novas instalações para os funcionários. Essa obra é
necessária para cumprir uma determinação da Justiça Federal do Trabalho. Nossa
proposta era transferir eles para outro local, junto a outros órgãos federais.
Nunca pediríamos para saírem do Porto, precisamos deles”, explicou Vilar.
O Mapa, por sua vez, informou em nota
que os navios que estavam programados para chegar na semana passada foram
atendidos, mas que novas operações serão analisadas separadamente. A nota diz
ainda: “O retorno oficial do VIGIAGRO/MAPA no Porto de Recife somente será
concretizado após a Administração da empresa Porto de Recife S.A. requerer, se
assim desejar, a habilitação junto a este Ministério”. Carlos Vilar contou que
já está trabalhando para a nova habilitação do Porto do Recife, mas que já
conquistou junto ao Mapa a autorização para que os todos os navios, até o dia
30 de maio, sejam vistoriados automaticamente. “Nos sentimos prejudicados por
conta de uma situação burocrática que envolvia apenas aqueles dois entes
públicos. Essas atrasos causam prejuízo em cadeia, mas eles já estão chegando a
um acordo e os navios sendo liberados”, comentou o consultor do Sindop.
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