quarta-feira, 15 de maio de 2019

Executivos do Rabobank dizem que chineses terão mais demanda por carnes suínas devido à peste suína


          A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, no seu segundo dia de compromissos em Shangai (foto), China, tomou café da manhã nesta terça-feira (14) com executivos do Rabobank, um dos principais bancos do mundo em serviços de financiamentos para o setor de alimentos e agronegócio.
          Com a peste suína africana atingindo os rebanhos de suínos na China, os executivos afirmam que há espaço para importação de proteínas animais de todos os tipos, o que significa uma oportunidade para os exportadores brasileiros. Em 2018, o Brasil exportou cerca de 915 mil toneladas de carnes bovina, frango e suína (in natura) para os chineses. Os produtos estão entre os cinco mais vendidos para o país.
          Desde que a China registrou os primeiros casos da doença, em agosto de 2018, estima-se que o país perdeu cerca de 35% do rebanho. Análises do banco apontam que até 200 milhões de porcos podem ser sacrificados ou mortos por causa da doença. Os executivos do banco avaliam que os chineses precisarão de pelo menos cinco anos para retomar o rebanho no patamar anterior à doença. Toda a delegação brasileira - equipe do ministério, representantes do setor agropecuário e deputados federais - participou do encontro com a CEO do banco na China, Pan Chenjun, e demais executivos.
          Sobre a venda de soja em grãos, usada na ração para alimentar os porcos, os executivos do Rabobank acreditam que o consumo deve ficar estável, pois a soja poderá ser usada para alimentação de outros rebanhos em substituição aos suínos. A soja em grãos lidera a lista de produtos agropecuários exportados pelo Brasil para os chineses. No ano passado, foram 68,8 milhões de toneladas embarcadas, que somaram US$ 27,3 bilhões – o que representou 87% das exportações agrícolas para o país.
          A peste suína africana é uma doença viral, altamente infecciosa, que atinge plantéis de suínos. A chance de sobrevivência do animal é quase nula, o que leva ao sacrifício, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Não existe vacina. O vírus é bastante resistente e pode ser transmitido ao animal por meio de alimentos, equipamentos, sapatos e vestuários e no transporte contaminados.
          Segundo autoridades sanitárias, uma das dificuldades em conter a transmissão na China é porque a maior parte dos suínos é criada em propriedades de pequeno porte e familiar, sendo, em geral, alimentados com restos de comida. A doença não oferece risco à saúde humana, não é transmitida ao homem.

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