O Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) divulgou relatório publicado nesta quinta-feira (9), em Roma, apontando que o
Brasil consolidou sua rápida ascensão na produção de milho, tornando-se
o segundo maior exportador mundial do cereal. Há 10 anos, o país
detinha apenas 1% do mercado global e agora já é responsável por 25% do
total mundial das vendas do produto.
O estudo da FAO destaca também que a Índia foi, pela segunda vez
consecutiva, o maior produtor mundial de açúcar, destronando uma vez
mais o Brasil. Ainda assim, o país sul-americano continua a ser o maior
exportador mundial do produto. A publicação apresenta as primeiras previsões da oferta e procura da
FAO para 2019/2020, com avaliações detalhadas das perspetivas de mercado
para trigo, milho, arroz, peixe, carnes, laticínios, açúcar e vários
tipos de óleos vegetais.
Segundo o relatório, as importações mundiais de alimentos deverão
recuar 2,5% em 2019 e o custo global de importação de produtos
alimentares deverá diminuir, mas os países mais pobres e vulneráveis
não se beneficiarão desta queda dos preços. Uma das razões que explicam o aumento da produção de milho brasileira
está na utilização do produto para a fabricação de etanol. Segundo
dados apresentados recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), dos 30,3 bilhões de litros de etanol que serão produzidos no
Brasil nesta safra, 1,4 bilhão será fabricado a partir do milho.
A informação consta no 1º Levantamento da Safra 2019/2020 de
cana-de-açúcar da Conab, que traz dados sobre o etanol produzido a
partir da cana e do milho. Apesar de ainda representar um percentual
baixo, na comparação com o total produzido (4,62%), a extração de etanol
a partir do milho é vista de forma positiva pelo potencial de
crescimento em termos de mercado, e pela possibilidade de ser mais uma
opção de escoamento da produção brasileira do cereal, que é uma das
maiores do mundo.
De acordo com a Conab, a produção de etanol a partir do milho está
“cada vez mais relevante”, tendo o estado do Mato Grosso como o maior
produtor, seguido pelos estados de Goiás e Paraná. A expectativa é de
que novas unidades de produção sigam o mesmo caminho. “É um novo negócio. O Brasil tem a possibilidade de fazer etanol de
milho e de cana. E, no futuro, teremos condições de fazer um etanol que
chamamos de segunda geração, que é o etanol de biomassa. Portanto, é um
novo mercado que está se abrindo”, disse o coordenador-geral de
Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Cid Caldas. Ele estima mais de U$ 1,26 bilhão em investimentos na produção de
milho para a extração de etanol no Brasil, ao longo dos próximos 4 ou 5
anos.
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