A
instalação de terminais de granéis líquidos (derivados de petróleo e outros),
de granéis sólidos (Tegram e terminais de cobre e de fertilizantes) e as
exportações de celulose no Porto do Itaqui foram viabilizadas por causa da
conexão ferroviária eficiente. “Esse fator está associado à confiança do
investidor privado na Emap – Empresa Maranhense de Administração Portuária e às
demais vantagens do porto, como localização geográfica estratégica para os
principais mercados mundiais”, disse Ted Lago.
Nos primeiros quatro meses deste ano
o Tegram embarcou 1,7 milhão de toneladas de grãos pelo Itaqui, um aumento de
22% se comparado ao mesmo período do ano passado. Desse total, 67% da carga
movimentada foi recebida pelo modal ferroviário (composições ferroviárias de 80
vagões). Se o ritmo de crescimento for mantido, considerando as obras de
implantação da segunda fase que estão em andamento, o terminal deve operar com
um volume ainda maior recebido pelo modal ferroviário.
Segundo a gestão do terminal, esse modal
agrega um valor considerável nas operações, dada a capacidade de recebimento do
Tegram (cada trem descarrega em média 7.500 toneladas de grãos). Entre as
vantagens do aumento de volume de carga recebida pela ferrovia está a redução
na ociosidade do ativo e o incremento nos volumes de embarque.
O gerente geral do Corredor
Centro-Norte da VLI, Fabiano Rezende, informa que a companhia está investindo
R$ 9 bilhões para estruturar um sistema de logística integrada que conecta
terminais, ferrovias e portos. “O objetivo é oferecer ao mercado eficiência nas
operações e capacidade”, destaca.
“Para que os grãos alcancem o Porto
do Itaqui operamos mais de 700 quilômetros do tramo norte da Norte-Sul (entre
Porto Nacional-TO e Açailândia-MA) e estamos conectados à Estrada de Ferro
Carajás formando um importante elo entre as áreas produtoras e o mercado
externo”, explica Rezende.
Entre os estados de Tocantins e
Maranhão a VLI investiu mais de R$ 1,7 bi (dois terminais integradores,
ampliação da frota de vagões e locomotivas, construção do acesso ferroviário ao
porto etc). Desse modo foi possibilitada a criação de uma rota para suportar a
demandada nova fronteira agrícola do Brasil, que inclui o leste e nordeste do
Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Pará, Piauí e Bahia.
Em 2020 deve ficar pronto o novo
terminal de fertilizantes que está sendo construído pela COPI no Porto do
Itaqui. Em 2018 foram movimentadas 1,9 milhão de toneladas (recorde histórico)
e a expectativa é seguir crescendo. Com a nova estrutura a expectativa é de que
o volume movimentado chegue a 3,5 milhões de toneladas.
“Para atingir essa marca temos de
entrar na nova fronteira, chegando ao norte do Tocantins, nordeste do Mato
Grosso e sudeste do Pará”, explica o presidente da COPI, Carlos Roberto
Frisoli. “Saindo de trem do Itaqui até Pameirante (TO) levamos três dias e
depois aproveitamos os caminhões que chegam para descarregar soja. Assim
reduzimos o frete marítimo, percorremos distâncias menores de caminhão e o
produtor tem um custo final menor”, resume.
Essa logística permite que indústrias
de fertilizante se instalem ao longo da ferrovia, o que deve proporcionar mais
agilidade e uma oferta maior de produtos. “Desenvolvemos uma parceria com a VLI
para alcançar a região central do Brasil a partir do Porto do Itaqui e o
sucesso dessa empreitada depende também do trabalho conjunto com a Emap.
Acredito que podemos inverter a logística de fertilizante do país pelo Porto do
Itaqui”, diz.
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