A missão
à Ásia do Ministério da Agricultura (Mapa), realizada em maio, resultou na
oportunidade para novos frigoríficos brasileiros serem avaliados pela China com
o objetivo de obter autorização para exportar carne. A informação é da titular
da pasta, ministra Tereza Cristina, em entrevista coletiva nesta quinta-feira
(23) em Brasília.
O Ministério enviou uma lista com 30
plantas frigoríficas que pretendem exportar para os chineses. Inicialmente, os
representantes do governo brasileiro solicitaram a autorização de 78
frigoríficos. No entanto, durante as tratativas com autoridades chinesas, foi
sinalizada a intenção de abertura para avaliar 20. A ministra, então, relatou
que solicitou aos chineses a ampliação do número para 30 plantas.
Deste total, seis já haviam sido vistoriadas, mas ainda não estão
habilitadas. As outras 24 foram selecionadas a partir de um diálogo entre a
equipe do Mapa e as associações do setor e não precisarão ser vistoriadas.
Dentro deste grupo estão exportadores de bovinos (gado), avinos (frango),
suínos (porco) e asininos (jumentos).
“O Ministério vai fazer a conferência
documental pra ver se todo mundo está pronto com todos os requisitos que a
China tem nos pedido. Mas quem dá o aval é a China. Depois a negociação é entre
os privados, entre pessoas na China que querem importar carne e os
frigoríficos”, explicou a ministra. Não há, entretanto, um prazo para a
resposta dos chineses. De acordo com a ministra, eles estipularam que a lista
brasileira deveria ser enviada até hoje, mas não adiantaram quanto tempo
levarão para analisar os exportadores.
Atualmente, mais de 50 plantas
frigoríficas exportam para o país asiático, sendo mais de 35 trabalhando com
aves, 16 com gado e 9 com porcos. Outra demanda apresentada pela delegação
brasileira na China foi a revisão do protocolo do milho. “Conseguimos a
promessa que vão fazer essa revisão para que Brasil possa exportar”, informou
Tereza Cristina
No Vietnã, segundo a ministra, a
missão brasileira avançou na abertura para a exportação de carne, incluindo
bois vivos. “A viagem foi boa. Nós conversamos sobre abertura de mercado pra
boi em pé [bois vivos]. Eles demonstraram interesse. Além disso, devem abrir
mercado de carne para o Brasil no segundo semestre. Fui recebida pelo
primeiro-ministro [Nguyen Xuân Phúc], que foi muito gentil. Ele deixou claro
que querem carne brasileira”, relatou Tereza Cristina.
A ministra relatou que o Vietnã é um
mercado importante, com cerca de 100 milhões de pessoa. Em contrapartida, as
autoridades do país solicitaram a abertura do mercado brasileiro para camarão
de mar e ajustes na regulamentação do peixe popularmente conhecido como panga.
No Japão, a delegação brasileira
realizou eventos de divulgação do café nacional. Além disso, houve debates
sobre exportação de carne e de abacate ao país. “O abacate é produto
superconsumido, tanto para [consumo] humano quanto para cosméticos”, disse a
Ministério da Agricultura.
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