O juiz
Roberto Lemos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos (SP), decretou a prisão
preventiva do presidente afastado da Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), José Alex de Oliva, detido no dia 31 no âmbito da Operação Tritão.
Além de Oliva, seu ex-assessor Carlos Antonio de Souza, o Carlinhos, e outros
cinco investigados tiveram suas prisões convertidas de temporária para
preventiva - quando não tem prazo para terminar.
O grupo é alvo de investigações sobre
fraudes em licitações da estatal que administra o Porto de Santos, o maior do
País.No dia 31, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Tritão, o
Conselho da Codesp anunciou o afastamento de Oliva e de outros dirigentes da
estatal. No entendimento do magistrado, a soltura de Oliva poderia interferir
nas investigações devido ao seu "poder político e econômico
relevante".
Segundo Lemos, há registros de tentativas de
coação contra advogados da Codesp para atuar "não conforme às normas de
regência".Em outro caso, o juiz afirma a existência de uma
"alusão" envolvendo "um dos representados ao que parece muito
próximo a importante autoridade da República", no acerto da entrega de um
veículo de alto valor a uma testemunha "como forma de dissuadi-la de
divulgar vídeo que o comprometeria".As suspeitas de irregularidades
surgiram com um vídeo postado na internet em setembro de 2016, no qual
Carlinhos "confessava a prática de diversos delitos" supostamente
ocorridos na Codesp, segundo informou a Polícia Federal ao deflagrar a Operação
Tritão.
O inquérito foi aberto em novembro do
ano passado para investigar irregularidades em vários contratos, que seriam
realizados de forma fraudulenta com agentes públicos da estatal e empresários.
Entre os contratos investigados estão casos de contratações financeiramente
negativas à estatal e de aquisições desnecessárias.
O magistrado anotou que, desde a
deflagração da Tristão, a polícia não concluiu o exame de todo o material
coletado pelos policiais."Temo que esses elementos, de forma inequívoca,
revelam o grande poder político e financeiro ostentado pelos representados,
sendo certo que, até mesmo os que deixam de ocupar cargos da Codesp, poderão
influenciar de forma prejudicial os trabalhos sendo desenvolvidos pela Polícia
Judiciária", afirma Lemos.
"Não é demasiado inferir que, em
liberdade, poderão intimidar testemunhas que terão que ser ouvidas após a
conclusão da análise das provas."Tiveram as prisões temporárias
convertidas em preventivas: José Alex Botelho de Oliva, Joabe Francisco
Barbosa, Joelmir Francisco Barbosa, Carlos Antônio de Souza, Mario Jorge
Paladino, Gabriel Nogueira Eufrásio e Cleveland Sampaio Lofrano. A defesa dos
investigados não foi localizada.
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