quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Armadores cobram tarifas altas na Rota Ásia/Costa Leste da América do Norte


          As condições de espaço mais estritas provocaram aumento nos valores das tarifas de transporte nos serviços da Rota Ásia/Costa Leste da América do Norte (ECNA). Nesse contesto, as futuras decisões de capacidade nas embarcações seguirão obedecendo os fretes estabelecidos em janeiro, avaliou a consultora Drewry.
          Os porta-contêineres que operaram esta rota estão cheios, o que permite as companhias de navegação uma boa recompensa com as tarifas spot altamente inflacionadas. Os preços em novembro estão mais que o dobro em relação ao mesmo período do ano passado.
          A análise anterior da Drewry para a rota Ásia/Cosa Oeste norte-americana (WCNA), divulgada há duas semanas, revelou que a rota Transpacífico este ano encontra-se em um estado de confusão graças à guerra comercial entre Estados Unidos e China. O conflito gerou incertezas tanto para as transportadoras como para os embarcadores, já que os padrões normais de transporte marítimo de carga se desviaram para seguir cada novo prazo de aumento em específico.
          A estabilidade comercial típica pode ter sido distorcida artificialmente e temporalmente, dificultando ainda mais as negociações e os requisitos de capacidade, não havendo forte demanda subjacente no comércio entre Ásia e ECNA. A elevação também foi ajudada pelo fortalecimento do dólar e da economia dos EUA. Os últimos dados disponíveis sobre a importação do país, do Canadá e México, a partir da Ásia, mostram que a demanda cresceu cerca de 9% nos primeiros nove meses de 2018. 
         Os volumes de setembro na Costa Leste e Golfo do México, saindo dos Estados Unidos, combinados, estiveram abaixo da tendência esperada, possivelmente devido ao fato da carga ter se pulverizado até o dia 24 de setembro. Dados mais recentes do PIERS indicam que só nos EUA a demanda se recuperou muito positivamente em outubro, aumentando quase 11% interanual. É que uma quantidade expressiva de exportadores decidiu adiantar os envios de mercadorias para evitar reajustes mais pronunciados de 25%, aplicáveis a partir de janeiro de 2019.
          O perigo para as armadoras, de acordo com a análise anterior da Drewry sobre a Costa Oeste, é que mais cargas sejam antecipadas ficando menos embarques para o primeiro trimestre do próximo ano, quando começam as negociações de contratos anuais. Este ano deverá fechar com a taxa de crescimento da tarifa mais alta para a Rota Ásia/ECNA desde 2015 (+16%), quando se incluíram mais cargas desta região dos Estados Unidos às expensas da Costa Oeste, previstas com a expansão do Canal do Panamá.


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