A Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados) está empenhada na resolução de um entrave
nas exportações para o Equador. Na última quarta-feira, dia 21, o
presidente-executivo da entidade, Heitor Klein, esteve reunido com
representantes da AEICAL (associação de importadores de calçados do Equador,
sigla em espanhol) e empresas brasileiras afetadas em Gramado/RS.
Klein conta que as solicitações de verificação de origem, exigidas pelo governo
equatoriano desde agosto de 2017 - com interrupção nos meses de dezembro de
2017 até junho deste ano -, além de emperrar o fluxo do comércio com a
burocracia prevê uma taxa de garantia de 10% do valor do produto e mais
US$ 6 por par brasileiro - tarifa integral extra-acordo comercial - o que, muitas
vezes, inviabiliza o processo.
“Na realidade, é uma retaliação à exigência
brasileira de Análise de Risco (ARI) para a importação de camarões
equatorianos. Uma coisa não é relacionada à outra, mas o governo local escolheu
um setor brasileiro para retaliar e, infelizmente, foi o nosso”, aponta o
executivo, ressaltando que o procedimento tem provocado prejuízos aos
exportadores brasileiros.
Segundo o executivo da Abicalçados, desde agosto de 2017 os entraves já
causaram perdas de US$ 12,4 milhões aos calçadistas. “Antes de enfrentarmos
essa barreira, os calçados entravam com tarifa zero de importação no Equador,
amparadas pelo a Acordo de Complementação Econômica (ACE) 59”, informa,
ressaltando que o prejuízo estimado representa quase a metade do total gerado
com as exportações para aquele país em 2017 (US$ 26 milhões). Atualmente, mais
de 80 indústrias de calçados brasileiras exportam para o país
sul-americano.
A reunião de quarta-feira teve o intuito de alinhar o discurso para a busca de
uma solução para o impasse, tanto nas esferas oficiais do Equador como do
Brasil. A Abicalçados tem reunião marcada com autoridades brasileiras para
tratar a questão em dezembro deste ano.
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